10 livros que você precisa ler antes de morrer (mas ninguém te contou)

10 livros que você precisa ler antes de morrer (mas ninguém te contou)

A vida é curta para tantos livros. O século 21 é de fato um tempo de relações líquidas, no qual tudo parece urgente, exceto o que tem importância. Os dias se sucedem num ritmo frenético e acabamos tragados pela roda-viva da falsas necessidades, das cobranças, do trabalho mecânico e insignificante, do tédio. A verdadeira fruição da vida são os momentos em que sorri-nos a chance de experimentar a contemplação despretensiosa e lembrarmos de nós mesmos, e muito desse gozo está nas páginas de um livro. Ler é mais do que um passatempo. É uma forma de expandir horizontes, de conhecer o mundo, de conhecer-se a si mesmo e de se transformar.

Bons livros são os primeiros degraus de uma subida longa ao infinito, um éden distante da superficialidade da matéria, do cansaço do mundo, da invencível estupidez humana. Livros concentram as vidas que poderiam ser as nossas e aquelas com as quais não temos ponto de contato algum, e ainda assim quantas lições tiramos delas! Num romance, deparamo-nos com sentimentos que não são exatamente nossos, mas que nos tomam de qualquer forma. Diante de um ensaio filosófico, aguça-se em nós a curiosidade intelectual que fomenta uma atroz revolução, início de um processo vagaroso, mas terapêutico, a corda jogada ao afogado num mar de procela. Por meio da leitura, o cérebro interpreta símbolos e os verte em conhecimento. E o conhecimento salva.

Clássicos da literatura como “Dom Quixote” (1605), “Grande Sertão: Veredas” (1956) e “Cem Anos de Solidão” (1967), são bons livros porque resistem ao tempo e continuam a dialogar com novas gerações. Neles estão contidos dilemas existenciais, personagens complexos, beleza estilística. Um bom livro de ficção também é capaz de apresentar ideias elaboradas acerca de qualquer assunto, provocando questionamentos poderosos o bastante para figurar numa tese acadêmica. Encontrar bons livros é o estágio inaugural de descobertas preciosas, dádiva que pode alongar-se até a undécima hora de uma existência ditosa ou fracassada. Os três títulos mencionados acima figuram, junto de mais sete, nesta lista das obras a serem lidas antes que tudo se desvaneça. São exemplos de até onde chega o gênio de nossa espécie em construções que primam por apuro narrativo, sofisticação exegética, poesia, ao passo que instigam a mudança, imprescindível num ser dotado de paixões e raciocínio lógico.

Giancarlo Galdino

Depois de sonhos frustrados com uma carreira de correspondente de guerra à Winston Churchill e Ernest Hemingway, Giancarlo Galdino aceitou o limão da vida e por quinze anos trabalhou com o azedume da assessoria de políticos e burocratas em geral. Graduado em jornalismo e com alguns cursos de especialização em cinema na bagagem, desde 1º de junho de 2021, entretanto, consegue valer-se deste espaço para expressar seus conhecimentos sobre filmes, literatura, comportamento e, por que não?, política, tudo mediado por sua grande paixão, a filosofia, a ciência das ciências. Que Deus conserve.