Uma cientista desperta num lugar que não conhece, numa espécie de caixão hi-tech, flanando pelo espaço. O que acontece a partir de então surpreende por seu caráter absurdo, distópico — e assustadoramente realista. Essa é a proposta do diretor francês Alexandre Aja em “Oxigênio”, uma das produções do cinema gestadas quando da pandemia de covid-19.
Ficção científica saborosamente original, em “Durante a Tormenta”, o diretor espanhol Oriol Paulo, se vale de suspense, ação e romance para narrar uma trama que, literalmente, resiste ao tempo. Cheio de momentos de tensão, referências vintage e menções a quadras memoráveis da história, o filme, realizado pela Netflix em parceria com outras produtoras e distribuído pela plataforma, já se tornou referência do bom cinema contemporâneo.
“The Butterfly’s Dream” se debruça sobre a vida de três poetas turcos, rendendo homenagem digna a Muzaffer Tayyip Uslu (1922-1946) e Rustu Onur (1920-1942), que morreram ainda jovens e no ostracismo, e Behçet Necatigil (1916-1979), um dos maiores poetas modernos da Turquia. Capaz de levar às lágrimas o espectador mais resistente, o filme do diretor Yilmaz Erdogan, disponível no acervo da Netflix, é um panfleto em defesa do homem e de sua liberdade, enquanto também faz uma reconstituição quase arqueológica das expressões da poesia no Oriente.
Alguns casais dizem que se apaixonaram à primeira vista. A possibilidade de isso ocorrer é real e completamente científica. Hormônios e neurotransmissores enviam e recebem mensagens de que o odor, a aparência física ou a voz de alguém é perfeita. As sensações desencadeadas nos fazem sentir aquilo que chamamos de paixão. O problema não é se apaixonar à primeira vista, mas manter o sentimento após um período de convivência, depois que a imagem da pessoa não te surpreende mais, quando a voz pode se tornar enjoativa e o cheiro não é mais novidade.
Filmes de mães que deixam o lar e relegam os filhos à própria sorte nunca são levados à tela impunemente. Depois de um distanciamento de mais de 30 anos, uma mãe volta a pousar os olhos sobre a filha que abandonara ainda criança, reencontro fortuito e contra a sua vontade. A partir de então, o que se assiste em “O Vazio do Domingo” é uma espiral de situações absurdas, em que a mãe se submete ao desejo da filha de passarem algum tempo juntas, ainda que nenhuma das duas saiba o que exatamente quer — já que não há a menor possibilidade de aparar arestas de tempos já mortos, para ninguém.
