O romance francês que previu o culto aos bebês reborn — e ninguém percebeu
Adeline Dieudonné escreveu um romance tão impregnado de presságios que talvez nem ela soubesse o quanto acertaria. “A Vida Real”, lançado em 2018, parece ter saído de um laboratório onde o trauma, a infância, a violência e a fantasia foram destilados gota a gota até se transformarem em matéria literária pura. No centro da narrativa, uma menina tenta reverter uma tragédia doméstica criando uma teoria do tempo. Ao redor dela, um mundo tão brutal quanto asséptico, onde o amor é substituído por simulacros. Um romance de formação que sangra e prediz — como só os grandes livros fazem.