Livros

A obra-prima de García Márquez que ficou à sombra de Cem Anos de Solidão

A obra-prima de García Márquez que ficou à sombra de Cem Anos de Solidão

Se o “O Amor nos Tempos do Cólera” possui menos crédito do que “Cem Anos de Solidão”, é porque aprendemos a esperar do escritor colombiano histórias recheadas de coisas absurdas, como fizera naquela obra em que criara certamente mais dificuldades para seus leitores. A dupla latino-americano formada por Mário Vargas Llosa e Gabriel García Márquez anunciava-se ao mundo no final dos anos 1960, e o último exporia uma nova faceta do realismo mágico-fantástico iniciado por Alejo Carpentier e Jorge Luis Borges em décadas anteriores.

O livro agonizante e visceral de J. M. Coetzee

O livro agonizante e visceral de J. M. Coetzee

Entende-se perfeitamente por que J. M. Coetzee ganhou o Prêmio Nobel de literatura. Sua prosa é a mais límpida que se possa imaginar: frases curtas e precisas, vocabulário simples, discurso direto e gosto pelo verbo, com o frescor da conjugação no tempo presente. A consciência martela o tempo todo, mas a ação é constante como nos romances de aventura.

Peixe Estranho, novo romance de Leonardo Brasiliense, é monótono e sem consequência

Peixe Estranho, novo romance de Leonardo Brasiliense, é monótono e sem consequência

Frustrado com a mulheres, o protagonista do novo livro do autor gaúcho decide comprar uma boneca de silicone, com que inicia uma relação de confidência. O resgate de lembranças de dois casamentos falidos e de uma infância conturbada revela um homem inseguro e carente de afeto, refém de uma solidão em meio ao mundo no qual a tecnologia derrubou todas as barreiras de comunicação. Porém, ao invés de se aprofundar nos temas sugeridos, a trama se atém a episódios aleatórios e assuntos abandonados pelo caminho, desperdiçando a oportunidade de ser instigante pela estranheza ou pelo humor.

História da Literatura Ocidental, de Otto Maria Carpeaux, um dos maiores testemunhos do humanismo no século 20

História da Literatura Ocidental, de Otto Maria Carpeaux, um dos maiores testemunhos do humanismo no século 20

“Livro” ou “biblioteca” é uma permuta aceitável para designar essa obra, na qual estão encerrados os mais importantes e até muitíssimos livros desimportantes de uma área inteira do conhecimento humano: a literatura. Longe de ser o único assunto que o erudito discutia com propriedade, já é o bastante para causar na gente verdadeiro espanto. A começar pelo tamanho invulgar. O percurso coberto se abisma de Homero, no século oitavo antes de Cristo, até Eugen Gomringer, poeta teuto-boliviano concretista da década de 1950. Sem nenhum favor ou chauvinismo, “História da Literatura Ocidental” é, com certeza, o mais completo painel da arte verbal de todos os tempos, em qualquer língua.

Maquiavel e seu manual de guerra

Maquiavel e seu manual de guerra

Quem, nos últimos 500 anos, definiu melhor a política do que Maquiavel, homem que viveu na passagem entre estes dois mundos, o medieval e o moderno? O segredo de Maquiavel é o homem. Lemos seu manual de guerra, “O Príncipe”, descobrindo página por página que o pensador investigou primeiro o homem, a sua natureza íntima, chegando daí às suas luminosas conclusões políticas.