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A poesia para tempos difíceis

A poesia para tempos difíceis

Ficou conhecida a provocação de Theodor Adorno sobre o desafio de fazer poemas depois dos campos de concentração. A indagação apareceu no pós-Segunda Guerra Mundial. Não haveria uma escrita capaz de apreender o sofrimento causado por cidadãos europeus, no coração de que se imaginava ser a civilização exemplar para o mundo todo. Quem produziu o alto pensamento ao longo da História, realizou uma “exibição de atrocidades”, conforme disse bem um romancista inglês.

John Gray: de boas utopias, certamente, está cheio o caminho do inferno Vera de Kok / Wikipédia

John Gray: de boas utopias, certamente, está cheio o caminho do inferno

Com uma argumentação coerente e límpida, Gray ataca, em “Missa Negra — Religião Apocalíptica e o Fim das Utopias”, (Record, 352 páginas, tradutor Clóvis Marques), os fundamentos filosóficos e culturais das grandes correntes políticas da modernidade, dedicando um número equitativo de páginas para espinafrar jacobinos, marxistas, nazistas, liberais, integralistas islâmicos, trabalhistas ingleses e neoconservadores norte-americanos.

60 anos sem William Faulkner

60 anos sem William Faulkner

Nem todos os romances de Faulkner são de alta qualidade, mas “O Som e a Fúria”, “Enquanto Agonizo” (o preferido de Harold Bloom), “Luz em Agosto” e “Absalão, Absalão” merecem figurar em qualquer lista de melhores livros de todos os tempos. Mesmo romances menores, como “Os Invictos” e “Sartoris” superam, de longe, a literatura beat — a que fez mais dieta de qualidade nos Estados Unidos. Não são, evidentemente, obras escritas por um fazendeiro… comum.