Livros

Peixe Estranho, novo romance de Leonardo Brasiliense, é monótono e sem consequência

Peixe Estranho, novo romance de Leonardo Brasiliense, é monótono e sem consequência

Frustrado com a mulheres, o protagonista do novo livro do autor gaúcho decide comprar uma boneca de silicone, com que inicia uma relação de confidência. O resgate de lembranças de dois casamentos falidos e de uma infância conturbada revela um homem inseguro e carente de afeto, refém de uma solidão em meio ao mundo no qual a tecnologia derrubou todas as barreiras de comunicação. Porém, ao invés de se aprofundar nos temas sugeridos, a trama se atém a episódios aleatórios e assuntos abandonados pelo caminho, desperdiçando a oportunidade de ser instigante pela estranheza ou pelo humor.

História da Literatura Ocidental, de Otto Maria Carpeaux, um dos maiores testemunhos do humanismo no século 20

História da Literatura Ocidental, de Otto Maria Carpeaux, um dos maiores testemunhos do humanismo no século 20

“Livro” ou “biblioteca” é uma permuta aceitável para designar essa obra, na qual estão encerrados os mais importantes e até muitíssimos livros desimportantes de uma área inteira do conhecimento humano: a literatura. Longe de ser o único assunto que o erudito discutia com propriedade, já é o bastante para causar na gente verdadeiro espanto. A começar pelo tamanho invulgar. O percurso coberto se abisma de Homero, no século oitavo antes de Cristo, até Eugen Gomringer, poeta teuto-boliviano concretista da década de 1950. Sem nenhum favor ou chauvinismo, “História da Literatura Ocidental” é, com certeza, o mais completo painel da arte verbal de todos os tempos, em qualquer língua.

Maquiavel e seu manual de guerra

Maquiavel e seu manual de guerra

Quem, nos últimos 500 anos, definiu melhor a política do que Maquiavel, homem que viveu na passagem entre estes dois mundos, o medieval e o moderno? O segredo de Maquiavel é o homem. Lemos seu manual de guerra, “O Príncipe”, descobrindo página por página que o pensador investigou primeiro o homem, a sua natureza íntima, chegando daí às suas luminosas conclusões políticas.

O Nelson Rodrigues japonês, só que masoquista

O Nelson Rodrigues japonês, só que masoquista

Queria falar de Junichiro Tanizaki como alguém que vislumbrou um bem-querer em meio ao caos. Não é minha intenção, aqui, tomar um distanciamento crítico nem escrever uma resenha ou algo que o valha. O que desejo é reafirmar a identidade que somente um leitor apaixonado pode ter com os livros que lhe tocaram, já falei disso numa crônica recente publicada na Bula.