Aos 94 anos, Clint Eastwood revisita o gênero jurídico com a sofisticação e a inquietação moral que marcam sua carreira. No intrigante drama, um jurado carrega um segredo capaz de alterar o destino do julgamento, expondo os conflitos éticos e as camadas humanas dos envolvidos. Um provável último ato de uma trajetória que, mesmo sem glamour de despedida, reafirma sua relevância inquestionável.
Em “Armadilha em Alto Mar” (2024), essa temática ganha novos contornos ao misturar suspense e terror em um cenário de desespero crescente. A história acompanha Kaya (Isabel Gravitt), que, junto de sua amiga Tessa Miles (Genneya Walton) e dois rapazes, Xander (Koa Tom) e Julian (Garrett Wareing), decide aproveitar uma tarde de lazer no oceano com jet skis. O que começa como uma diversão despreocupada rapidamente se transforma em um pesadelo quando um acidente os separa de Julian e deixa Xander gravemente ferido.
Auggie, interpretado com profundidade por Jacob Tremblay, nasceu com uma condição rara que altera a estrutura óssea e a aparência facial, exigindo múltiplas cirurgias desde os primeiros dias de vida. Desde então, vive protegido pelo universo particular que sua família construiu para ele, mas também isolado das experiências comuns da infância. A decisão de sua mãe, Isabel, vivida por Julia Roberts, de matriculá-lo em uma escola convencional marca o ponto de virada. A narrativa então explora o impacto dessa mudança não apenas para Auggie, mas para todos ao seu redor.
No centro da narrativa está Danny Collins (Pacino), um cantor que alcançou fama nos anos 1970 interpretando músicas de outros compositores, mas nunca conseguiu emplacar suas próprias canções. Apesar de seu sucesso comercial, Danny levou uma vida marcada por excessos e superficialidade. Tudo muda quando seu agente, Frank Grubman (Plummer), lhe presenteia com uma carta de John Lennon, escrita anos antes, incentivando-o a buscar autenticidade em sua arte. Movido por essa descoberta tardia, Danny decide mudar radicalmente sua vida, abandonando velhos vícios e superficialidades para se reconectar com suas raízes criativas e emocionais.
“Coringa: Delírio a Dois” leva o público a uma incursão musical e introspectiva no universo de Arthur Fleck, oferecendo uma visão mais vulnerável e melancólica do personagem que já foi sinônimo de caos. Com Joaquin Phoenix revisitando seu papel e Lady Gaga trazendo uma nova perspectiva, o filme tenta ousar, mas tropeça em sua própria pretensão, entregando uma narrativa que, embora visualmente intrigante, carece de impacto e densidade emocional.
