Blockbuster épico volta a viralizar graças à Netflix e revela um cinema que Hollywood não faz mais
“Troia” retorna ao centro das atenções como um daqueles movimentos curiosos do imaginário coletivo, em que um filme já conhecido e discutido ganha novo fôlego e provoca um olhar renovado sobre sua própria existência. A revisita ao épico deixa evidente o contraste entre a ambição técnica do início dos anos 2000 e a lógica contemporânea dos grandes estúdios, agora mais inclinados ao serialismo, às franquias intermináveis e ao cálculo seguro de bilheteria. O longa, ao contrário, aposta no gigantismo como linguagem e encontra no excesso sua própria identidade, reconhecendo que a grandiosidade pode funcionar não apenas como forma, mas como substância narrativa.






