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Filmes que, de uma forma ou de outra, tratam do homem, sua interação com o ambiente e as consequências mais deletérias desse fenômeno — o apocalipse, no pior cenário — já se tornaram o clichê por excelência do cinema mundial. Parece que diretores de todas as colorações ideológicas, professando fés as mais variadas ou fé nenhuma, com visões de mundo mesmo incoerentes com o ofício de que tiram o sustento são, de tempos em tempos, acometidos de uma descrença fundamental do existir, um incômodo que acaba por redundar em trabalhos escatológicos em todos os sentidos. “Vida” é mais um desses filmes, contornando aqui e ali lugares-comuns para resvalar em outras armadilhas muito próprias do gênero.

Com “Ella e John”, o diretor Paolo Virzì, do excelente “Capital Humano” (2013), apresenta uma história comovente, engraçada, analítica, melancólica e, sobretudo, bem contada, graças ao casal de protagonistas, veteranos com uma bagagem digna de registro. O roteiro do diretor e outros três colaboradores põe seus personagens-título num Winnebago 1975 branco com listras verdes, o caçador de diversão do livro de Zadoorian, e os despacha rumo ao norte dos Estados Unidos, tapeando a audiência quanto à ventura da empreitada até o derradeiro lance.

Navegar pelo vasto catálogo da Netflix pode ser uma tarefa desafiadora, principalmente quando se busca algo que realmente valha a pena assistir. Diante da abundância de opções, selecionar filmes que se destaquem tanto pela qualidade quanto pelo poder de entretenimento é essencial. Pensando nisso, a Revista Bula compilou uma lista concisa, mas impactante, com três filmes disponíveis na plataforma que prometem oferecer uma experiência cinematográfica enriquecedora. Esses títulos foram escolhidos com base em sua narrativa envolvente, direção habilidosa e atuações memoráveis.

“O Mundo Depois de Nós”, sob a direção lúcida de Sam Esmail, é uma obra cinematográfica que transcende o mero entretenimento, posicionando-se como um espelho social profundo. Esmail, habilidosamente, entrelaça as linhas da ficção distópica com as duras realidades do presente, criando um diálogo entre o mundo de sua criação e o nosso. Seu estilo de direção é meticuloso e perspicaz, capturando a complexidade das emoções humanas em face do desconhecido e do caótico.

Walter Mitty, o personagem-título da comédia fantástica de Ben Stiller, chega a um ponto em que não sabe o que pode ser a dura realidade e aquilo que só existe mesmo na sua cabeça delirante, quiçá emulando os dias de glória de que jamais pudera desfrutar. Mitty é a representação arquetípica da boa loucura — porque, claro, a loucura também dispõe de dois lados —, se perdendo e tornando a se encontrar num carrossel de desejos recalcados que o atormenta e o salva.