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Para quem gosta de jornalismo, enredos como “Uma Manhã Gloriosa” é um prato cheio. Bem-humorado, o longa de Roger Michell trata de assuntos relevantes levando a narrativa num compasso ameno, mas embalado. Ao contrário de obras-primas que deslindam situações bastante pontuais de modo a atentar o espectador para a gravidade do que é contado, aqui se tem uma espécie de gincana, durante a qual uma incansável produtora vence alguns desafios para manter o novo emprego.

Gerry Fenn, outrora um jornalista de destaque, vê sua carreira em declínio até se deparar com um caso intrigante em Banfield, Massachusetts. Uma jovem surda-muda torna-se o centro de alegados milagres, atraindo tanto devotos sinceros quanto charlatões. O filme “Rogai por Nós”, dirigido por Evan Spiliotopoulos, mergulha nos mistérios que cercam estes eventos, explorando as profundas crenças e as manipulações obscuras que se entrelaçam na vida dos personagens.

Passados mais de quarenta anos, Danny Collins absorveu à perfeição a aura de estrela do rock. Em 30 de junho de 1971, na assinatura do primeiro contrato com uma gravadora comercialmente imbatível, era um rapazote medroso, lutando contra uma sensatez que nem ficava bem para alguém da sua idade. “Não Olhe para Trás” desmistifica a ideia de que celebridades são seres dotados de charme além da humana compreensão; o que acontece é que esses indivíduos cheios de privilégios.

“Como Seria Se…?” é um drama envolvente que segue a trajetória de Natalie, uma recém-formada ilustradora, que enfrenta um dilema de vida após uma noite com um amigo próximo. Enquanto aguarda o resultado de um teste de gravidez, o filme se desdobra em realidades paralelas, explorando as ramificações de cada escolha que Natalie poderia fazer. Entre a possibilidade de mãe solteira ou buscar independência, a trama revela desafios e surpresas que moldam o destino.

“Propriedade” põe o dedo nessa ferida purulenta do jeito mais bestial que se possa, recusando qualquer paralelo acadêmico com a obra do pernambucano Gilberto Freyre (1900-1987), por exemplo, um dos maiores intelectuais que o Brasil já teve. Daniel Bandeira, conterrâneo de Freyre, situa seu filme num Pernambuco congelado no tempo, uma terra em que desavenças entre fazendeiros e trabalhadores rurais são resolvidas a bala e a foice, numa sucessão de enganos que contribuem para que o país não saia nunca da letargia moral e do atraso econômico que nos contemplam há quinhentos e poucos anos.