Crônica

Os cretinos também amam

Os cretinos também amam

Cretinos quase sempre estão apressados, atrasados, pois são preguiçosos, desorganizados, odeiam acordar cedo. Enquanto usa o banheiro, o homem cretino grita que a mulher providencie, o mais rápido possível, o café da manhã, o qual ele devora, afobado, como se transasse. A vingança é um prato que se come frio: homens cretinos costumam ter ejaculação precoce.

Eike Batista: o orgasmo de torrar 34 bilhões de dólares

Foi um fenômeno transcendental. Sobretudo para quem não é muito ligado nas fofocas do mundo corporativo, para quem não é assinante Você S/A (espécie de “Contigo” para executivos), ver surgir de uma hora pra outra uma fortuna tão prodigiosa, como a de Eike Batista. Principalmente num país como o nosso em que os ricos de nosso ciclo de relacionamento normalmente quebram quando batem o carro (se não têm seguro).

Nunca durma com pessoas que não sonham

Nunca durma com pessoas que não sonham

Morrer de rir. Morrer de amor. Morrer de saudades. Morrer de sede em frente ao mar. Plagiar um verso do Djavan. Nada disso me interessa. Não é que eu tenha medo da morte, é que ela simplesmente me irrita. A maldade — esta, sim — me dá arrepios, pois bem sei do inato talento humano para desgraçar com a vida alheia.

Casamentos são para sempre — até que a vida os separe

Casamentos são para sempre — até que a vida os separe

Em nome da felicidade dos casais, as cerimônias matrimoniais religiosas deviam ser radicalmente reconfiguradas. Tá aí uma medida para anteontem. A ladainha do “até que a morte os separe” é uma incorreção flagrante, um equívoco. No mínimo, uma brutal ingenuidade. Porque a morte não separa nada! Ao contrário, com duas ou três exceções, alguém que enviúva fica ligado para sempre à lembrança do cônjuge que partiu. Ser viúvo é uma espécie de tatuagem emocional, um estigma indelével, uma cicatriz que até se pode amenizar, mas nunca se apaga totalmente.

Motivos banais para ser feliz

Motivos banais para ser feliz

O senso comum, os livros de auto-ajuda, a maioria das ciências sociais, como a política e a psicologia, e até mesmo as religiões sustentam que o bicho humano tem vocação para ser feliz. Talvez seja essa uma das superstições mais bem disseminadas e sem contestação nos dias de hoje. Na verdade é muito cômodo, simpático e agradável concordar e agir como se todos nós fôssemos dotados do temperamento de ser feliz. Além de que a crença de que podemos alcançar um estado de felicidade na vida nos impulsiona a todos e sustenta a grande indústria do mundo, nos seus aspectos mais vorazes de produção e consumo.