Ideias

Ninho do Urubu, Rio, Brumadinho: o jeitinho brasileiro e suas tragédias

Ninho do Urubu, Rio, Brumadinho: o jeitinho brasileiro e suas tragédias

Em menos de duas semanas, três tragédias no Brasil. Desde o meio-dia de 25 de janeiro, Brumadinho está na lama e assim estará ainda por muito tempo, com muitos de suas três centenas de mortos tendo os rejeitos de mineração que os mataram como seu túmulo definitivo. Essa terceira seria muito menos tragédia e muito mais um grave crime por negligência, como aos poucos tem sido revelado por documentos e depoimentos que vão surgindo.

As dores e delícias do café

As dores e delícias do café

Café é uma potência em minha vida; tenho observado seus efeitos em uma escala épica. O café tosta suas vísceras. Muita gente afirma que o café as inspira, mas, como todo mundo sabe, o café só deixa as pessoas tediosas ainda mais tediosas. Pense um pouco: apesar de mais mercearias em Paris ficarem abertas até meia-noite, poucos escritores estão realmente se tornando mais espirituais.

Nem todos os gênios foram sublimes e éticos

Nem todos os gênios foram sublimes e éticos

A história da literatura não é só a crônica das amizades, das admirações e da troca de elogios, sinceros ou fingidos, que dão volume e visibilidade às carreiras literárias. Um rápido olhar sobre as biografias literárias de escritores célebres nos mostra que não são incomuns as farpas da inveja e da disputa de prestígio, as hostilidades furibundas, as rasteiras e voadoras — puramente verbais, é verdade, porém devastadoras e dotadas de cargas de maldade e perversidade longe de serem cristãs.

Por que diabos nós, mulheres, ainda carregamos a casa nas costas?

Por que diabos nós, mulheres, ainda carregamos a casa nas costas?

Desigualdade. Opressão. Preconceito. Assim têm me destratado ao longo de uma vida. Elas, as ofensivas roupas do meu varal. Secas e prontas para ser recolhidas, anseiam por estar devidamente dispostas no armário. Querem urgentemente cumprir o ofício de vestir, vestir e vestir. Insatisfeitas com minha suposta negligência doméstica, lançam silenciosos e potentes insultos.

Não deixe que distorçam os fatos: a vítima é sempre a parte frágil no abuso sexual

Não deixe que distorçam os fatos: a vítima é sempre a parte frágil no abuso sexual

Estupro não tem a ver com vestimenta nem comportamento. E já caiu por terra a hipótese da falta de controle físico do homem no sexo. O estupro fala é de como o homem lida com o poder em relação à mulher. Poupem-me do discurso do short curto ou da rua escura como agentes de abusos. Sejamos coerentes. O início de uma paquera não garante beijo ou sexo no fim da noite. Sentar-se a uma mesa para jantar ou ir ao cinema sozinha não sinalizam uma fêmea desesperada para acasalar.