Ideias

Telmo Martino: a falta que faz o seu veneno

Telmo Martino: a falta que faz o seu veneno

A overdose de notícias, opiniões e depravações decorrentes da campanha eleitoral em curso faz o cidadão ter saudade do tempo em que os jornais faziam uma cobertura digna da vida cultural brasileira. Época em que opiniões sensatas (ou não) sobre livros, filmes, peças e shows tinham espaços garantidos na chamada “mídia”. Hoje, o colunismo cultural, por exemplo, está extinto. Seu último grande representante no Brasil foi o jornalista Telmo Martino, que nos deixou em setembro de 2013

A história ensina que qualquer homem pode ser assassinado

A história ensina que qualquer homem pode ser assassinado

Michael Corleone diz, em “O Poderoso Chefão”, que, “se há alguma coisa certa nesta vida, se a história nos ensinou alguma coisa, é que você pode matar qualquer um”. A história confirma a frase do mafioso ítalo-americano — um personagem de ficção que, de algum modo, é parte da realidade. Quando o capo siciliano Bernardo Provenzano, foi preso, numa aldeia da Itália, estava ouvindo a música do filme. Mafiosos mais jovens inspiram-se no glamour da arte do diretor Francis Ford Coppola.

Governos, empresários e nós, brasileiros: o Museu Nacional morreu foi de vergonha

O Museu Nacional do Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, que um dia foi a residência oficial da família real portuguesa, está morto. Não adianta vir governante dizer que vai convocar empresas e bancos para restaurá-lo. Tanto políticos como empresários passarão recibo de hipócritas — o que, provavelmente, vão fazer sem a menor parcimônia. Não adianta mais: Inês está morta. Luzia está morta.

No país do mito, a cultura pega fogo

No país do mito, a cultura pega fogo

A maioria dos leitores já deve ter conhecimento do acervo que constituía o Museu Nacional do Rio de Janeiro, que acaba de ser incinerado menos pelo fogo do que pela negligência. Uns dizem que era o passado. Mas “passado” não é aquilo que guardamos nos museus (isso é História viva). Passado é no que um museu se transforma quando pega fogo. Não podia ter acontecido.

Observações sobre educação para a literatura

Observações sobre educação para a literatura

Ao vermos a precisão de ideias em Machado de Assis e de adjetivos em Joyce, não aprendemos a raciocinar e a descrever, apenas perdemos o direito de raciocinar e descrever levianamente. Perante um tema tratado com profundidade e delicadeza pelos grandes autores, salvamo-nos do ridículo de tratar o mesmo assunto com simplismo, rudez, e ainda assim nos julgarmos portadores do novo.