O desejo de ser mãe pode se transformar em uma obsessão quando confrontado com a realidade de um mundo que nem sempre responde às vontades individuais. Em “Meio Grávida”, Amy Schumer dá vida a uma mulher que, em meio ao fracasso amoroso e à pressão social, decide burlar o destino de maneira inusitada. O diretor Tyler Spindel equilibra o humor escrachado com uma análise afiada sobre maternidade.
A essência do filme reside na maneira como Bayona contrapõe a vastidão inóspita da paisagem com a fragilidade humana. A direção de fotografia de Pedro Luque traduz essa dicotomia em imagens de grande impacto: a imensidão branca da neve, iluminada por um sol ora opressor, ora melancólico, acentua o isolamento dos personagens. Close-ups revelam expressões marcadas pelo frio e pelo desespero, enquanto planos abertos reforçam a insignificância humana diante da natureza. Filmado em locações reais nos Andes e na Sierra Nevada espanhola, o longa transforma a montanha em uma antagonista silenciosa e implacável, cuja presença constante dita as regras da sobrevivência.
O longa não pretende ser um retrato biográfico abrangente, mas sim um recorte dos dezenove dias que antecederam o suicídio de Vargas em agosto de 1954. O roteiro de George Moura e Teresa Frota destaca o isolamento do presidente no Palácio do Catete, encurralado por uma crise política de solução improvável. Sua permanência no poder se tornava insustentável diante das pressões crescentes, ecoando o autoritarismo que marcou sua trajetória.
As sombras de Comala guardam mais do que lembranças; são testemunhas de um tempo que insiste em não partir. Na adaptação de “Pedro Páramo”, Rodrigo Prieto transforma em imagens a prosa espectral de Juan Rulfo, dando forma ao limbo habitado por almas inquietas. No centro dessa jornada, Tenoch Huerta encarna Juan Preciado, que, movido por uma promessa, retorna às origens para confrontar a herança de um pai que impôs sua vontade sobre vivos e mortos.
Um jovem à margem do sistema, um ermitão recluso e uma caçada implacável. Taika Waititi mergulha em sua tradição de narrativas irreverentes para contar a história de Rick Baker, um adolescente problemático que encontra uma nova família antes de fugir para o coração selvagem da Nova Zelândia. Misturando humor mordaz, aventura e um olhar sensível sobre exclusão e pertencimento, o diretor constrói uma jornada de descobertas que ecoa além da tela.
