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Cidades da Planície, de Cormac McCarthy

Cidades da Planície, de Cormac McCarthy

Ambientado nos primeiros anos após a Segunda Guerra Mundial, o enredo nos transporta para as vastas e inóspitas terras ao longo da fronteira entre o México e os Estados Unidos. Cole e Parham trabalham numa rústica fazenda de cavalos. O lugar torna-se o palco de uma das narrativas mais melancólicas da literatura americana. A vastidão e a beleza da paisagem, descritas com riqueza de detalhes — uma das marcas de McCarthy, à semelhança do que fez em “Meridiano de Sangue” —, compõem o cenário para a sombria e inimaginável jornada dos dois protagonistas.

Dias Perfeitos, de Wim Wenders, é um guia contra discursos de ódio Divulgação / Wenders Images

Dias Perfeitos, de Wim Wenders, é um guia contra discursos de ódio

Os tempos são de medo e desejo pelo fim do mundo. A festa do Oscar neste ano que o diga. O maior premiado foi o filme “Oppenheimer”, que traz o velho truque de mostrar a complexidade de figuras lamentáveis — no caso, o criador da bomba atômica. Já o prêmio de melhor filme internacional coube a “Zona de Interesse”, que conta a história da vida normalizada ao redor de um campo de concentração nazista na Segunda Guerra Mundial. Em suma, o horror ou o sentimento de fim de linha dá o tom das coisas.

Teste de felicidade no sangue: POSITIVO

Teste de felicidade no sangue: POSITIVO

Mesmo sendo um profissional da área, chegava uma fase da vida em que a gente comemorava resultado de exame médico como se fizesse um gol de placa. Tipo soco no ar, dancinha espalhafatosa ou a camisa jogada para a galera. Que fase. Recebi com indisfarçável alívio a minha bateria de exames anais, ou melhor, a minha bateria de exames anuais. A despeito do fura-bolo do urologista — aquele colega frio e insensível — estava tudo bem comigo.

O diretor de Duna não gosta de diálogos. E daí? Nós gostamos!

O diretor de Duna não gosta de diálogos. E daí? Nós gostamos!

Eu realmente gosto do Dennis Villeneuve. “A Chegada” é um belo filme. E ele conseguiu fazer uma ótima continuação de “Blade Runner”, algo que parecia impossível. Mas ele falou uma bela, uma gigantesca bobagem em uma entrevista para o jornal “The Times of London”: “Eu odeio diálogo. Diálogo é pra teatro e televisão”. Se você, leitor, quiser ver um resumo da entrevista, procure por Denis Villeneuve + Movies Have Been Corrupted by Television.

Em Agosto nos Vemos, de Gabriel García Márquez

Em Agosto nos Vemos, de Gabriel García Márquez

Eu li “Em Agosto nos Vemos”, a obra póstuma de Gabriel García Márquez e um dos livros mais esperados do ano. O prefácio parece avisar que o que virá pela frente não é tão bom quanto o restante da obra de Gabo, mas que precisa ser publicado. Afinal, é um texto do ganhador do Nobel de Literatura, autor de “Cem Anos de Solidão” e um dos maiores escritores de todos os tempos. O texto pediu para ser publicado, sussurrou para a prole do homem e venceu.