Se Clarice Lispector tivesse Twitter, seria cancelada em três dias
Que Clarice Lispector (1920-1977) é muito mais citada que lida não resta dúvida. Quase meio século depois de sua morte, Clarice parece ter caído nas graças de leitores e não leitores, prontos, estes mais que os primeiros, a tecer as mais estapafúrdias teorias acerca da escritora, sua caudalosa produção quase sempre certeira, suas manias, seu temperamento quase nunca preciso. Essa paixão ignorante dá azo a devaneios tão insólitos quanto disparatados. Imaginá-la no Twitter, por exemplo, é um tentador anacronismo.