Ler é morrer um pouco e voltar outro

Ler é morrer um pouco e voltar outro

Uma cidade desperta e, entre persianas e passos, leitores atravessam páginas como quem atravessa outra pressão de ar. No ônibus, no sebo, na escola, no hospital, em casa e na biblioteca, a leitura desloca ângulos, aperta músculos discretos, ensina o nome exato de um cheiro. Não consola; afina. Entre tarefas e urgências, ela grava pequenas cicatrizes e redesenha perímetros: impede um grito, autoriza um riso, desalinha o mundo de leve e aprofunda quem o vê.

Uma das melhores séries de 2025 está na Netflix e talvez você nem tenha notado Divulgação / Netflix

Uma das melhores séries de 2025 está na Netflix e talvez você nem tenha notado

Sem medo de soar comercial, “Dept. Q” vem embalada no papel brilhante das séries policiais, as queridinhas do público, mas extrapola rótulos. Adaptado da série de livros do dinamarquês Jussi Adler-Olsen, o roteiro de Scott Frank coloca a fala certa na boca de cada um dos personagens, levando a história da moderna Copenhague para Edimburgo, um das praças europeias em que o gótico melhor se acomodou. Ao longo de nove episódios, Frank expõe os obstáculos de um grupo de detetives que tenta solucionar um caso particularmente difícil. Nada de novo, mas divertido ainda assim.

Comédia romântica com James McAvoy esquecida na HBO Max, mas que você vai adorar assistir Divulgação / BBC Film

Comédia romântica com James McAvoy esquecida na HBO Max, mas que você vai adorar assistir

Antes de se envolver em papéis densos e complexos de M. Night Shyamalan e James Watkins, e do romance trágico “Desejo e Reparação”, de Joe Wright, baseado no épico literário de Ian McEwan, James McAvoy foi o rosto de diversas comédias românticas e aventuras leves e juvenis. Mas, mesmo nesse início, já era possível perceber seu talento impecável para a atuação. Em “Garoto Nota 10”, filme de 2006 dirigido por Tom Vaughn, McAvoy interpreta Brian, um ingênuo jovem britânico descobrindo as mazelas da vida adulta.

Ela se jogou do oitavo andar. Era sábado. Tinha 31 anos. Antes, mudou a poesia brasileira

Ela se jogou do oitavo andar. Era sábado. Tinha 31 anos. Antes, mudou a poesia brasileira

Entre uma janela em Copacabana e cadernos que não cabiam no corpo, Ana Cristina Cesar atravessou o Rio setentista, a Inglaterra dos estudos de tradução e uma Paris de luz oblíqua. Fez da intimidade um experimento público, da carta um palco mínimo, da conversa um pulso. Amores, amizades, aulas, leituras: uma vida de precisão e risco. Em 1983, a tragédia interrompe, não encerra. O perfil segue seus passos curtos e firmes, escuta arquivos, vozes e cidade, para entender como a poesia ficou enquanto ela partia e por que ainda fere.

5 filmes que você provavelmente não viu na HBO Max MACALL POLAY / SMPSP

5 filmes que você provavelmente não viu na HBO Max

Sabe aquela sensação de procurar e não encontrar nada para assistir? Acontecia nos tempos das tevês por assinatura e acontece ainda hoje, nos tempos de streamings. Não é incomum achar que se está perdendo dinheiro mantendo esse tipo de serviço e que já viu tudo que tinha para ver. Mas a verdade é que, atualmente, até as plataformas são organizadas de acordo com algoritmos que pensam saber aquilo que queremos a todo momento. Às vezes eles ajudam, mas também nos atrapalham a explorar além do óbvio.