Na mais recente adaptação de “O Conde de Monte Cristo”, Alexandre de La Patellière e Matthieu Delaporte transformam o clássico de Dumas em um épico sombrio sobre honra dilacerada, justiça pervertida e o abismo da vingança. Com rigor estético, precisão narrativa e profundidade moral, o filme recusa o heroísmo fácil e expõe, sem concessões nem alívios, o preço devastador cobrado por quem decide fazer justiça com as próprias mãos.

O perdão, enquanto conceito e experiência humana, é central na obra de John Michael McDonagh, mas, no contexto de seu filme “O Perdoado”, é abordado de uma maneira que raramente atinge o impacto emocional ou intelectual que se poderia esperar. O cineasta, que já demonstrou sua habilidade em explorar questões existenciais em obras anteriores como “Calvário” (2014) e “O Guarda” (2011), busca neste filme uma análise sobre o privilégio ocidental e a culpa coletiva.