10 filmes na Netflix para aliviar o caos da segunda-feira

10 filmes na Netflix para aliviar o caos da segunda-feira

O final de semana é um presente dos deuses na vida do humano proletário que só quer um minuto de sossego depois de uma semana caótica e corrida. Mas não se engane, que esse presente de grego vem seguido de uma segunda-feira, o dia em que terremotos abalam as estruturas dos nervos, raios e trovões corroem o fio da sanidade mental e todos os carros decidem sair de casa pela manhã no mesmo horário, deixando as ruas e avenidas completamente travadas.

Tem mais miseráveis morando em mansões do que nas ruas

Tem mais miseráveis morando em mansões do que nas ruas

Notei que um sujeito maltrapilho zanzava entre os automóveis. Parecia mais fodido do que o normal. Cambaleava entre os veículos, fazendo caretas e esfregando o polegar contra o dedo indicador. O motorista do Porsche ao lado abaixou o vidro e, sem que eu lhe perguntasse — não gosto de caras exageradamente ricos — comentou que, se dependesse dele, metia logo uma bala na cabeça daquele verme. Com a recente restrição ao uso de neurônios, o governo federal não apenas tinha liberado o verbo como também o porte de armas pelos cidadãos de bem.

O maior clássico do cinema distópico do século 21 está no catálogo da Netflix Divulgação / Sony Pictures

O maior clássico do cinema distópico do século 21 está no catálogo da Netflix

A tecnologia, visto sob a ótica de circuitos eletrônicos que saem do controle e passam a dominar a humanidade, até que outra máquina surja e a resgate, já fora amplamente explorado, mas tanto na produção de 2017, dirigida por Denis Villeneuve, como na que lhe deu origem, “Blade Runner — O Caçador de Androides”, de 1982, de Ridley Scott, a melancolia de se constatar que o gênero humano não vai mesmo a lugar algum torna a franquia tão reveladora.

Menos Nelson Rodrigues, mais Vianinha

Menos Nelson Rodrigues, mais Vianinha

Há um livro ou um documentário a ser feito para contar a história da construção do mito Nelson Rodrigues. O dramaturgo, cronista de jornal e romancista menor que, nos últimos 30 anos, foi levado ao panteão de grande literatura. A partir de avaliações questionáveis, ele alcançou o patamar dos pensadores da alma humana, de um moralista na tradição do século 18 ou de um “Montaigne do Brasil”, segundos os intérpretes mais entusiasmados.