Toca Raul, filho da pátria

Toca Raul, filho da pátria

Minto desde que nasci. Sou uma mentira inata, contudo, desprovida de pedigree. Meus pais esperavam que viesse uma menina. Então, eu vim. Um recém-nascido com cara de joelho. E chorei nos braços do obstetra bêbado, sentindo uma vontade danada de rir na cara de todo mundo. Jamais, na história da humanidade, criança alguma nascera sorrindo. Toda família tinha um ente desequilibrado. Eu era a pedra da vez. Pedro. Vocês podem me chamar de Pedro.

Último dia para assistir na Netflix ao faroeste subestimado de Clint Eastwood Divulgação / Malpaso Productions

Último dia para assistir na Netflix ao faroeste subestimado de Clint Eastwood

Revirando os segredos entre envergonhados e preciosos desse país fascinantes e do povo inspirador e que o fundou e o habita, John Sturges (1910-1992) eleva “Joe Kidd” à categoria de um tratado sociológico bastante sui generis e completamente desabotoado do dia a dia na vila de Sinola, perdida num recanto qualquer nas imediações com o México. Sturges aproveita bem os ventos de liberdade que sopravam naquele distante 1972 para carregar nas tintas do discurso ufanista, empregando para a tarefa a mais americana das celebridades de Hollywood — e uma das mais talentosas.

5 séries de 2023, da Netflix, mais viciantes do que café Divulgação / Netflix

5 séries de 2023, da Netflix, mais viciantes do que café

Dizem que séries são como novelas. Há muita enrolação, melodrama e suspenses que tentam te deixar sempre presos ao próximo episódio. Parte disso pode até ser verdade, mas é inegável que, ao longo dos anos, a qualidade dessas produções cresceu drasticamente. Com elencos de altíssimo nível e orçamentos gigantescos, as séries são o hit dos streamings e algumas delas são verdadeiras obras de arte. Aqui estão as melhores, até o momento, de 2023, na Netflix.

Novo suspense de ação da Netflix é o filme mais assistido da atualidade em 100 países Nicolas Auproux / Netflix

Novo suspense de ação da Netflix é o filme mais assistido da atualidade em 100 países

“Agente Infiltrado” tem o desafio de manter aceso o interesse do espectador ainda que torne-se cada vez mais nítida a sensação de que já se sabe onde vai dar o filme de Morgan S. Dalibert. A vasta experiência do diretor em enredos que fundem ação, suspense e trapalhadas de uma polícia ora corrupta, ora bem-intencionada, mas perdida num sem-fim de necessidades nunca satisfeitas e às voltas com facções criminosas cada vez mais organizadas, garante a diversão, mas não ousa acrescentar muito mais.