O homem é o único animal que sonha, que deseja, que se encontra e se perde em suas quimeras de perfeição, que, por ser essencialmente imperfeito, nunca é capaz de tornar em realidade. Poucas vezes no cinema houve um personagem tão sonhador — no que isso pode ter de vigorosamente transformador e irresistivelmente nefasto — como Michael Corleone, o mafioso arrependido de Al Pacino na saga “O Poderoso Chefão”, trilogia o seu tanto inexata que o passar dos anos faz o favor de deixar cada melhor.

Um thriller potente e aterrador, “Qala” é uma produção do mesmo diretor de “Bulbull”, Anvita Dutt, e tem sua trama estruturada sobre os temas do machismo e do narcisismo materno. Um gatilho para quem tem dores arquivadas, o filme exige de seus espectadores alguma estrutura emocional, porque seu impacto na alma é como uma bala de canhão, estraçalhando tudo que aparece no caminho.

Não dá para se levar “Difícil de Matar” a sério — a começar pelo título — e Matt Eskandari o sabe. Mesmo que involuntariamente, o trabalho do diretor se presta a um tributo ao gênero que consagrou Bruce Willis e uma homenagem em senso estrito ao astro, uma espécie de Oscar muito particular destinado a valentões amaciados pelo tempo.

Com diversas adaptações no cinema, televisão e teatro, “Um Conto de Natal”, romance de Charles Dickens sobre o senhor Scrooge, um velho ganancioso e egoísta que odeia pobre e, principalmente, o Natal, a história ganha mais uma versão em animação por Stephen Donnelly e está disponível na Netflix. Um passatempo para toda a família, o filme vai garantir mais uma produção encantadora de Natal para seu fim de ano.