Um suspense que vai te fazer roer as unhas de ansiedade, “Jaula” é dirigido por Ignácio Tatay e traz a bela atuação de Elena Amaya no papel de Paula, uma mulher que está com o casamento em crise por conta de sua infertilidade. Logo o que parece ser a solução para seus problemas acontece, quando ela e o marido encontram uma criança perdida e doente no meio da rodovia. No entanto, com o passar dos dias, o comportamento misterioso da criança passa a despertar interesse de Paula, que começa a investigar o passado dela.

Alguns papeis parecem feitos para seus protagonistas. É o caso de “Herança de Sangue”, que traz Mel Gibson como Link, um ex-presidiário que reencontra a filha desaparecida. Mas ela, assim como ele, é um imã para problemas. Ele deve ajudá-la a sobreviver à máfia mexicana, que está à sua espreita. Nessa luta por sobrevivência e redenção, eles fortalecem os laços fraternais há muito tempo perdido.

Os protagonistas de “A Fuga dos Avós” pareciam figurar entre os poucos autorizados a gozar de uma aposentadoria sem misérias, não fosse um detalhe nada desprezível. No filme de Fabrice Bracq, o diretor espalha pequenas iscas, repisando clichês e ressuscitando velhíssimas piadas sobre a velhice iminente e a vida a dois de pessoas que aprenderam a suportar incômodos de alguma monta em nome da garantia de um futuro estável inclusive (ou sobretudo) sob o ângulo do sentimento.

“O Hospedeiro” (2006) abre retratando uma base militar dos Estados Unidos na Seul do ano 2000. A cena é ambientada num necrotério, no qual dois homens, um sul-coreano e um americano mais velho conversam enquanto manipulam os instrumentos correlatos àquele lugar. Esse americano, participação afetiva de Scott Wilson, verifica que os frascos de formaldeído, o formol que todos conhecemos, estão todos cobertos de poeira.

“Aliados” (2016) preza pelo comedimento. Trabalho primoroso, mais um para a conta de Robert Zemeckis, o filme rende uma justa homenagem ao gênero, primeira incursão do diretor no tema, sem que se note no roteiro de Steven Knight o sabor rançoso do pastiche, o que já é um achado em produções tão conceitualmente herméticas — não obstante estejam presentes traços bem-marcados de tramas como a de “Bastardos Inglórios” (2009), o épico nonsense (e delicioso) de Quentin Tarantino.