Este é o livro mais abandonado do mundo (mas quem termina, nunca esquece)
Certos livros não resistem ao próprio tempo: evaporam entre as mãos, por falta de vigor ou urgência. Outros, ao contrário, não se rendem a ninguém — e por isso mesmo, permanecem. “Ardil 22”, de Joseph Heller, pertence a essa segunda espécie rara: uma obra que repele os impacientes, que esgota os voluntariosos, que exige do leitor não apenas atenção, mas entrega plena, quase uma rendição à sua lógica desconcertante.