Ela passou quase 30 anos esquecida em um manicômio; morreu como indigente e foi reconhecida apenas depois da morte
Stella do Patrocínio nasceu no Rio de Janeiro, em 1941, e atravessou a vida entre pavilhões. Jovem, foi abordada em Botafogo e encaminhada do pronto-socorro ao Centro Psiquiátrico Pedro II; em 1966, transferiram-na para a Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, onde o tempo virou prontuário. Mulher negra e pobre, viveu décadas sob custódia, mas nunca silenciou: falava como quem respira. Nos anos 1980, fitas registraram essa fala. Em 1992, após amputação e infecção, morreu e foi enterrada como indigente. Hoje, sua história permanece no acervo do Museu Bispo do Rosário.