O roteiro, assinado por José Rivera e Tim Sullivan, é deliciosamente previsível, mas não de maneira enfadonha. Cada peça se encaixa como deve, reafirmando que a vida — e, talvez, o cinema — deveria ser assim: harmônica e reconfortante. O desenrolar da trama é tão fluido quanto uma melodia já conhecida, mas que ainda consegue arrancar sorrisos sinceros.
“Deadpool e Wolverine” desafia o cânone dos super-heróis ao mergulhar numa sátira brutal e divertida, onde sarcasmo e caos moldam uma jornada de autodestruição e redenção. Sob a direção afiada de Shawn Levy, Wade Wilson e James Howlett retornam não para salvar o dia, mas para questionar até onde vão os limites da cultura pop.
Em “Emma”, Douglas McGrath adapta com maestria a sagacidade crítica de Jane Austen, revelando uma sociedade em que as aparências e as conveniências moldam destinos. Gwyneth Paltrow encarna com precisão a impertinente Emma Woodhouse, uma jovem que, entre mexericos e manipulações amorosas, orquestra os romances alheios sem perceber os fios invisíveis que controlam o próprio coração.
Provocador e ousado, “Tipos de Gentileza” é mais uma incursão de Yorgos Lanthimos nos limites do absurdo e das convenções humanas. Dividido em três histórias que se entrelaçam com desconcertante ambiguidade, o filme confronta expectativas com uma narrativa fragmentada e repleta de performances brilhantes. Jesse Plemons, Willem Dafoe e Emma Stone dão vida a personagens dilacerados entre a submissão e a rebelião, numa trama que expõe a fragilidade das nossas próprias certezas.
Ao explorar a fórmula de sucessos recorrentes, “Bad Boys: Até o Fim” mantém a ação explosiva e o carisma que a franquia consagrou desde 1995. Sob a direção enérgica de Adil El Arbi e Bilall Fallah, o filme retoma a saga dos detetives de Miami, agora confrontando dilemas pessoais e sociais enquanto enfrentam perigos letais. A questão persiste: a fórmula ainda surpreende ou apenas satisfaz?
