Autor: Nei Duclós

Com diálogos raivosos, trágico e bruto, filme ganhador do Oscar, na Netflix, é um soco no estômago David Lee / Paramount Pictures

Com diálogos raivosos, trágico e bruto, filme ganhador do Oscar, na Netflix, é um soco no estômago

Ator realizado de primeira grandeza, Denzel rompe a barreira que separa intérprete de diretor. A cerca que está sendo construída pelo pai e o filho por insistência da esposa, ao mesmo tempo impede a invasão e protege os moradores. Impõe limites em favor da família, que não são respeitados pelo surtado ex-jogador de baseball, em eterno conflito com tudo. A cerca não é suficiente para manter a harmonia e a perenidade do relacionamento.

Você não conseguirá parar de assistir, suspense psicológico que passou despercebido na Netflix, vai te atormentar Divulgação / Netflix

Você não conseguirá parar de assistir, suspense psicológico que passou despercebido na Netflix, vai te atormentar

O cinema nos transforma em voyeurs. Assistimos imagens e roteiros sem poder interferir no desfecho. Quando o protagonista de um filme é um dos nossos — ou seja, fica vendo o que os outros fazem — a Sétima Arte nos transporta para dentro do drama. Trata-se do jovem ator Tye Sheridan, que interpreta Bart, recepcionista noturno de um hotel onde mulheres se hospedam para receber visitas clandestinas.

O filme com Natalie Portman e Clive Owen, na Netflix, que deveria ser considerado crime não assistir Gaumont / Columbia Tristar Film

O filme com Natalie Portman e Clive Owen, na Netflix, que deveria ser considerado crime não assistir

O conteúdo de um aquário está exposto (aberto) e ao mesmo tempo fechado no seu próprio mundo. É a metáfora perfeita usada pelo filme “Closer”, de Mike Nichols (2004). Relacionamento amoroso é uma antiga especialidade do diretor, como podemos ver desde “Carnal Knowledge” (1971). Se no seu filme antigo (e tão terrivelmente moderno na época), o tédio e o vazio eram os motores da trama da troca de casais, neste é o desespero gerado pela situação limite: tudo está próximo demais, transparente, e ao mesmo tempo fechado, inacessível.

Encantador e quase perfeito, o filme que todas as pessoas deveriam assistir volta ao catálogo da Netflix Divulgação / Sony Pictures Classics

Encantador e quase perfeito, o filme que todas as pessoas deveriam assistir volta ao catálogo da Netflix

Depois de rever “Meia-Noite em Paris”, de Woody Allen, me mudei para lá, não para a cidade física ou a representada em imagens, mas para a conexão entre os mundos, a viagem para dentro de si mesmo, o insight sobre a insatisfação do presente, o acerto do convívio entre os talentos como forma de barrar a barbárie. Um filme e tanto.

Notável, angustiante e de tirar o fôlego, produção da Netflix favorita ao Oscar é o melhor filme de 2022 Reiner Bajo / Netflix

Notável, angustiante e de tirar o fôlego, produção da Netflix favorita ao Oscar é o melhor filme de 2022

O front leste na Primeira Grande Guerra de 1914 a 1918 pouco se movimentou. Soldados alemães e franceses se trucidaram em trincheiras fixas próximas e opostas numa chacina que só se revelou em suas verdadeiras dimensões depois que Erich Maria Remarque, um jovem ex-combatente alemão, juntou seus relatos sobre o terror que o feriu e publicou seu best seller “Nada de Novo no Front” (título que é uma ironia contra a falsa tranquilidade da barbárie) que foi filmado em 1930 pelos americanos vencendo dois Oscar de melhor filme e melhor direção.