Autor: Enio Vieira

Paolo Sorrentino e a busca dos afetos perdidos Gianni Fiorito / Netflix

Paolo Sorrentino e a busca dos afetos perdidos

Saiu finalmente em 2021 o tão aguardado filme “A Mão de Deus”, do diretor italiano Paolo Sorrentino, já no catálogo da Netflix. É mais uma obra com as obsessões do cineasta em torno da memória, afetos, banalidade da vida moderna e, evidentemente, a paixão pelo futebol. Assim como em “Juventude” (2015), a figura do jogador Maradona aparece no centro da tela, assume uma aura sagrada e é um dos eixos das variadas tramas criadas por Sorrentino — um dos últimos realizadores com pretensões autorais de artista.

Ana Martins Marques busca a palavra simples e complexa Foto: Mauro Figa / Companhia das Letras

Ana Martins Marques busca a palavra simples e complexa

A poesia é possivelmente a menos popular das formas de escrita e leitura na atualidade. Em sentido contrário, a prosa de ficção inunda as livrarias e os estudos literários. Por isso, é perceptível o isolamento de grandes poetas em relação ao público. Eles e elas escrevem para nichos específicos, ainda que haja no país milhares de autores de fim de semana com suas autopublicações de poemas. Nesse contexto, tem sido surpreendente a repercussão do livro “Risque Esta Página” (2021), de Ana Martins Marques.

Get Back mostra o começo do fim dos Beatles

Get Back mostra o começo do fim dos Beatles

Imagine se fosse possível ver as imagens em movimento de Picasso pintando Guernica ou de Rodin esculpindo um de suas versões do pensador. As filmagens mostrariam o dia a dia do artista e seus estudos preparatórios para a grande obra. Momentos únicos que só quem estava por perto poderia saber os detalhes. O documentário “The Beatles: Get Back”, lançado pelo Disney Plus, coloca o espectador justamente dentro do círculo criativo dos mestres supremos da música do século 20.

Filmes da Netflix colocam o faroeste de cabeça para baixo

Filmes da Netflix colocam o faroeste de cabeça para baixo

Nos últimos dois anos, a Netflix lançou filmes que mostram o avesso do gênero clássico dos faroestes. É um sinal de transformação das narrativas que contam o mito fundador dos Estados Unidos, disseminado há quase cem anos pelo mundo inteiro. Recentemente, saíram “Ataque dos Cães”, de Jane Campion, e “Vingança & Castigo”, de The Bullitts. Ano passado, havia sido “Relatos do Mundo”, de Paul Greengrass. E antes, a série “Godless” (2017) apresentou um velho Oeste repleto de minorias sociais e étnicas.

Milton Hatoum investiga as desilusões históricas e da memória Marcos Alves / Divulgação

Milton Hatoum investiga as desilusões históricas e da memória

O longa-metragem “Marighella” (2021), de Wagner Moura, por exemplo, é apenas o mais recente produto da batalha narrativa sobre o período político brasileiro de 50 anos atrás. No meio de tanta produção, o escritor Milton Hatoum começou em 2017 a publicação de uma trilogia de romances, chamada de “O Lugar Mais Sombrio”, que é um marco da reflexão na literatura contemporânea a respeito daquele período.