Autor: Enio Vieira

Ana Paula Maia usa epidemia para construir alegoria da catástrofe

Ana Paula Maia usa epidemia para construir alegoria da catástrofe

A ideia de que o mundo acabaria em algum momento futuro esteve presente numa legião de pensadores, romancistas e cineastas nas últimas décadas. O temor vinha sobretudo com o tema das mudanças climáticas e do aquecimento global. Criou-se, no sentido amplo da palavra, uma literatura da catástrofe. A pandemia da Covid-19, no entanto, parece ter provocado uma virada, um “plot twist”, nessa linha de pensamento.

Já começou o matriarcado nas séries

Já começou o matriarcado nas séries

Uma cena de “Casa de Papel” marcou a virada, rumo ao feminino, nas séries de televisão e de streaming. No meio da confusão do assalto na história, a personagem Nairobi recebe a instrução para assumir o comando da operação e solta a conhecida frase: “Que comece o matriarcado”. Foi um sinal de que os homens em crise passaram a um segundo plano na recente ficção seriada, contrariando a política em várias partes do mundo que estava sendo invadida por uma masculinidade fora de hora e tóxica.

Criador de Blade Runner, Philip K. Dick foi o “Shakespeare da ficção científica”

Criador de Blade Runner, Philip K. Dick foi o “Shakespeare da ficção científica”

Philip K. Dick (1928-1982) é um dos principais nomes de uma literatura vista a princípio como mero passatempo, publicada em revistas baratas nos Estados Unidos, mas que ganhou ares filosóficos por antecipar problemas pertinentes do século 21. Sua prosa também virou referência para diversos autores e conquistou a legião de fãs, por conta das adaptações para o cinema e a televisão. São dele os argumentos de “Blade Runner” (1982), “Minority Report” (2002) e da série “O Homem do Castelo Alto” (2015).

As vidas e mortes de Philip Roth Foto: Divulgação / Brigitte Lacombe

As vidas e mortes de Philip Roth

Os livros de Roth têm a singularidade dos vários “eus” que narram suas histórias. Existem personagens que assumem o papel clássico de alter ego do escritor (a série de romances com Nathan Zuckerman). Até o nome do próprio Philip Roth invade a obra de forma ficcional. Trata-se de uma variação de formas que permitem contar a experiência de um sujeito quase sempre masculino, heterossexual, em confronto com a realidade do mundo.

Bem-vindo ao deserto do Real

Bem-vindo ao deserto do Real

A cena emblemática do filme “Matrix” (1999) mostra o momento que o personagem Neo (feito por Keanu Reeves) é conectado a uma rede de computadores por meio de um plug em sua cabeça. De imediato, ele entra em um universo virtual onde Morpheus (Laurence Fishburne) tenta explicar o famoso mecanismo da “matrix”, o aparato que controla tudo e todos, porém é inclassificável.