Autor: Carlos Willian Leite

A Vida e Época de Michael K, de J. M. Coetzee

A Vida e Época de Michael K, de J. M. Coetzee

O romance, que rendeu a Coetzee o Man Booker Prize, desvenda a trajetória de um homem que, em meio a uma guerra civil, decide levar sua mãe à fazenda onde ela nasceu, para que ela possa viver seus últimos dias. Transformado em andarilho e entre fugas e prisões, enfrenta campos de reabilitação e é progressivamente despojado dos elementos que o conectam à realidade, mergulhando em um processo instintivo de animalização, mas, ao mesmo tempo, entrando em um estado de esquecimento e plenitude espiritual que transcende o tempo cronológico convencional.

O Filho de Jesus, de Denis Johnson

O Filho de Jesus, de Denis Johnson

Os personagens são profundamente marcados por sentimentos de culpa, remorso e uma evidente ausência de redenção. A narrativa, direta e contundente, pinta um quadro de bares, locais e ruas tão deteriorados quanto os homens que os habitam. Estas figuras irrecuperáveis estão em uma busca incessante por algo que alivie sua existência — seja uma dose em um boteco sujo, uma injeção na veia ou um cachimbo de haxixe —, todos impulsionados pela necessidade primal de seguir existindo.

O Castelo de Gelo, de Tarjei Vesaas

O Castelo de Gelo, de Tarjei Vesaas

Ambientado no crepúsculo do outono norueguês, o cenário é composto por paisagens cobertas de neve e um frio penetrante. Neste contexto, emerge uma conexão incomum entre duas meninas de 11 anos: Siss, a estudante mais admirada da escola, e Unn, recém-chegada ao vilarejo, caracterizada por sua natureza introspectiva e reservada. O livro entrelaça promessas e segredos, que parecem estar sempre à beira de ser revelados, mantendo o leitor em suspense a cada página.

Brancura, de Jon Fosse Foto / Tom A. Kolstad

Brancura, de Jon Fosse

Na trama, um homem, movido por razões incertas, inicia uma viagem sem destino definido. Ele se dirige a uma floresta remota, referida no livro como Floresta Negra. Com a chegada da noite, surge uma inesperada nevasca. Desafiando o instinto de buscar abrigo, o homem perdido vaga pela escuridão da floresta, onde encontra uma figura luminosa e enigmática. A partir desse encontro, as alucinações (ou seria a realidade?) se intensificam.

Montevidéu, de Enrique Vila-Matas

Montevidéu, de Enrique Vila-Matas

“Montevidéu” desafia as convenções narrativas, apresentando-se como um anti-romance, um tratado de teoria literária que navega e dissolve fronteiras entre gêneros literários. A trama centraliza-se em um escritor em crise criativa, que viaja para Montevidéu sob o pretexto de participar de um congresso. Contudo, seu verdadeiro objetivo é visitar um quarto de hotel na Ciudad Vieja, imortalizado em um conto de Julio Cortázar e supostamente conectado a outro mundo.