O rio Sena, com sua extensão de quase 800 quilômetros, serpenteia pelo norte da França e corta a cidade de Paris antes de desaguar no Oceano Atlântico. À primeira vista, suas águas serenas parecem inofensivas, mas quem poderia imaginar que elas poderiam abrigar criaturas marinhas aterrorizantes como tubarões? Esta é a premissa do novo longa-metragem da Netflix, “Sob as Águas do Sena”, dirigido por Xavier Gens e coescrito por Gens, Maud Heywang e Yannick Dahan. O filme transforma nossos pesadelos em realidade.
Em “Sob as Águas do Sena”, Gens explora o absurdo, um recurso comum em muitos filmes de Hollywood que ainda assim conseguimos apreciar. Tal como vários suspenses de ação que introduzem feras em cenários inesperados, o filme mexe com nossos medos de uma maneira quase cômica. É uma verdadeira loucura, mas vai além do mero entretenimento ao tentar transmitir uma mensagem ambientalista, conferindo ao filme uma certa profundidade.
A protagonista, Sofia (Bérénice Bejo), é uma ativista e mergulhadora que lidera uma equipe em uma perigosa expedição para documentar uma vasta mancha de lixo no Pacífico. Enquanto denunciam e registram a devastação ambiental, alguns mergulhadores exploram o fundo do oceano para relatar a negligência humana em relação ao meio ambiente.
No entanto, no fundo do mar, eles encontram muito mais do que apenas poluição. A presença da morte se torna evidente quando são atacados por um tubarão feroz, que dilacera os mergulhadores com facilidade. Sofia, observando tudo pelas câmeras, decide mergulhar na tentativa de salvar alguém, mas quase encontra seu próprio fim.
Três anos depois, Sofia trabalha como guia turística. Ela é abordada por uma jovem ativista que a informa que um tubarão monitorado, apelidado de Lilith, foi localizado nas águas do Sena. Relutantemente, Sofia é atraída de volta à ação, enfrentando perigos que ameaçam sua vida.
Tentando alertar as autoridades parisienses sobre a presença de Lilith, que agora coloca em risco a segurança das pessoas que frequentam o Sena, Sofia enfrenta a descrença geral. Além disso, a ameaça precisa ser neutralizada antes dos Jogos Olímpicos de 2024, que incluirão provas de natação no rio, agora potencialmente perigoso.
O filme de Gens é claramente influenciado por clássicos como “Tubarão”, “Serpentes a Bordo” e “Godzilla”. Ele mistura esses elementos com a estética do gore, do trash e dos filmes B, resultando em uma aventura que é tanto assustadora quanto divertida. É revigorante ver o estilo americanizado de cinema em um cenário diferente, com outro idioma e um elenco diversificado.
Embora não se possa classificar “Sob as Águas do Sena” como um grande filme, ele tem seu mérito. A recepção crítica do filme evidencia problemas na execução, mas para os aficionados pelo gênero, ele oferece um passatempo agradável. É uma experiência que mistura suspense, horror e drama, proporcionando entretenimento puro, apesar de suas falhas.
O filme utiliza o pano de fundo da cidade de Paris e o icônico rio Sena para criar um cenário onde o inimaginável se torna real. Gens consegue, com habilidade, transformar um ambiente familiar em um palco de terror, explorando os limites entre a realidade e a fantasia. As cenas subaquáticas são especialmente bem-feitas, trazendo uma sensação de claustrofobia e perigo iminente que mantém o espectador na ponta da cadeira.
Filme: Sob as Águas do Sena
Direção: Xavier Gens
Ano: 2024
Gênero: Ação/Drama/Terror
Nota: 8/10