Baseado em fenômeno global que vendeu mais de 200 milhões de livros, romance mais famoso dos últimos 20 anos está na Netflix Divulgação / Summit Entertainment

Baseado em fenômeno global que vendeu mais de 200 milhões de livros, romance mais famoso dos últimos 20 anos está na Netflix

Se “Os Reis de Dogtown” trouxe prestígio a Catherine Hardwicke, “Crepúsculo” certamente trouxe muito dinheiro. O primeiro filme da saga do vampiro Edward e de sua amada mortal, Bella, pode não ter sido aclamado pelos críticos, mas definitivamente foi aclamado pelo público. Em uma entrevista, em 2023, ela explicou o motivo pelo qual não quis dirigir as continuações. Segundo Hardwicke, não havia a mesma magia do primeiro livro nas sequências. Ela simplesmente não se apaixonou pelas continuações, portanto, preferiu se afastar do projeto. Ela lamentou que não tenham “encontrado” outras mulheres para dirigir os filmes subsequentes da franquia, que ficaram sob responsabilidade de Chris Weitz, David Slade e Bill Condon.

De fato, quando Hardwicke deixou o projeto, os demais filmes da franquia perderam um pouquinho do brilho. No entanto, nem mesmo com qualidade um pouco inferior, as sequências deixaram de contribuir enormemente para o sucesso financeiro da saga. Tanto é que “Eclipse” lucrou quase o dobro de seu antecessor nas bilheterias.

Eu sei que muita gente quer que eu fale mal de “Crepúsculo” aqui. Não vou fazê-lo. Ao invés disso, quero reconhecer seus atributos. O filme foi precursor de vários outros romances sombrios de baixa qualidade que vieram ao longo das duas décadas seguintes, entre eles “50 Tons de Cinza”, “Através da Minha Janela”, “O Fabricante de Lágrimas” e vários outros. Na verdade, 99% dos romances do Wattpad são filhotes do sucesso literário de Stephenie Meyer. Na verdade, enquanto esses livros foram inspirados por “Crepúsculo”, Meyer foi influenciada por Anne Rice, Jane Austen e William Shakespeare. Havia alguma substância na terra onde “Crepúsculo” foi plantado.

Além disso, o filme apresentou dois artistas extraordinários ao mundo. Pode haver quem fale mal da atuação de Kristen Stewart, que interpreta a protagonista Bella Swan, mas ela mostrou que talento para atuar nem sempre é sinônimo daquela expressividade exagerada à la Emma Stone. É possível ser bom com a própria personalidade, com cara de tédio ou de sono, como diria Woody Allen sobre Stewart.

Já Robert Pattinson, o vampiro centenário Edward Cullen, nos brindou com excelentes atuações como o aprendiz de faroleiro surtado Thomas Howard em “O Farol”, ou o reverendo mau caráter de “O Diabo de Cada Dia”. Até mesmo como o Batman emo de Matt Reeves. Stewart e Pattinson vieram para redefinir padrões de galãs e mocinhas. Eles provaram que pessoas excêntricas e introspectivas também podem ser protagonistas de histórias. Escolha melhor de elenco para “Crepúsculo” que essa é impossível.

Embora tenha estrelado um pequeno papel na saga de sucesso “Harry Potter”, Pattinson contou, em entrevista à Ellen DeGeneres, que quase desistiu da carreira de ator. Ainda, que estava falido e vivendo em seu carro quando foi escalado para interpretar o vampiro de “Crepúsculo”, que está na Netflix. Graças àquele filme bobinho e adolescente, ele não voltou para a casa dos pais na Inglaterra.

Você provavelmente conhece a história do filme. No enredo, uma garota vai morar com o pai na cidade mais chuvosa dos Estados Unidos, Forks. Na escola, ela descobre um colega de sala excêntrico, Edward, que a detesta. Ela não sabe o motivo, mas aos poucos isso se torna mais claro. Na verdade, ele luta para resistir ao cheiro do sangue dela. Ele é lindo e ela, bem, ela se acha sem graça, embora cative os olhos do vampiro, do lobisomem e de todas as figuras folclóricas que aparecem por ali.


Filme: Crepúsculo
Direção: Catherine Hardwicke
Ano: 2008
Gênero: Drama/Fantasia/Romance
Nota: 8/10