Filme desconhecido da Netflix vai te impactar do primeiro segundo até a conclusão surpreendente

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Pouca gente conhecia o cineasta turco Mehmet Ada Öztekin antes de seu sucesso na Netflix “Milagre na Cela 7”, um melodrama que pegou em cheio o público mais sensível. Com a receita do sucesso, ele decidiu repetir o estilo em “Ama-me”, lançado em novembro de 2021 na plataforma. Com um enredo carregado de drama, o filme envolve traições, crimes e mistérios.

Musa (Sarp Akkaya) é um presidiário que está cumprindo pena há 14 anos. A Justiça concede a ele uma noite de liberdade para conhecer sua filha, Yonca (Aleyna Özgeçen). No entanto, ele deverá ser acompanhado pelo agente prisional, Sedat (Ercan Kesal). De volta à sua empobrecida e marginalizada cidade, Musa reencontra a filha, após vê-la pela última vez quando era apenas um bebê. Mas a história dessas pessoas é complexa. A mãe de Yonca morreu. A adolescente é cuidada pela mãe de Musa, que sofre de Alzheimer. Mas é graças à vizinha Nuryie (Songül Öden) que as coisas não estão completamente fora de controle. Quer dizer, até onde o protagonista e nós sabemos.

A cidade é um território dominado por uma organização criminosa, na qual Musa costumava ter ligação. Yonca e outras meninas estão acostumadas a serem assediadas ou, até mesmo, obrigadas a se prostituir pelos criminosos. Essa informação tem toda relação do mundo com a reviravolta que o filme sofre após nos mostrar a desajeitada aproximação entre Musa e sua filha. Não vamos dar spoiler, mas os rumos desta história mudam complemente a partir deste ponto.

Em paralelo, conhecemos a história de Sedat, o agente prisional que acompanha o prisioneiro. Sabemos que ele quer se aposentar, mas que antes precisa cumprir essa missão ao lado do protagonista. Ele é quem basicamente narra a história de Musa e, simultaneamente, a sua própria. Sedat está ressentido e aflito. A filha está prestes a se casar com um homem rico. A notícia parece boa, mas não é. Ela mora na Itália, onde conheceu o noivo, e prometeu visitar os pais durante sua passagem por Istambul. No entanto, a visita é cancelada e ela parece excluir a família cada vez mais de sua nova vida. Os motivos são desenrolados conforme Sedat conta a história de Musa também.

Estes dois homens, prisioneiro e carcereiro, estão conectados pela paternidade. Pelo vínculo enfraquecido com suas filhas e pela culpa por serem homens cujo contorno de suas vidas são motivos de vergonha para elas. “Ama-me” é um poderoso e intenso drama sobre o passado, as motivações que movem os homens e os destinos que vêm com consequências dessas ações. Com ajuda da fotografia de Benjamin F. Wieg e música de Hasan Ozsut, o filme tem um ritmo que começa lento e vai crescendo até tomar, enfim, um desfecho grave, pesado e impactante.

Se ainda não triunfa completamente em seu intuito de ser um filme grandioso, é, talvez, pela alta carga de melodrama, que dá um tom novelesco à coisa toda.


Filme: Ama-me
Direção: Mehmet Ada Öztekin
Ano: 2021
Gênero: Drama
Nota: 8/10