Apreciar um bom vinho é uma experiência única, mas alguns detalhes devem ser observados. Entre eles, o modelo das taças. Para cada tipo de vinho, há uma taça específica. E essa não é uma questão apenas de etiqueta ou conveniência, a taça ideal é capaz de realçar os aspectos mais importantes na apreciação do vinho: cores, aromas e sabores. A marca austríaca Riedel, por exemplo, possui mais de 400 formatos de taças, um para cada espécie de uva ou região vinicultora. Mas, de acordo com a Revista Adega, especializada em enologia, apenas seis taças bastam para um enófilo iniciante. De acordo com a publicação, a regra número um para comprar qualquer uma delas é a transparência, pois parte do prazer em degustar um vinho está em analisar suas tonalidades. O material também é importante, e nesse quesito as taças de cristal são mais indicadas, devido à maior quantidade de chumbo em sua composição, elemento que dá mais leveza e delicadeza ao vinho. Veja quais são, segundo a Revista Adega, as taças ideais para cada tipo de vinho.

O vinho tinto precisa de espaço para potencializar todos os seus aromas e sabores. As taças Bordeaux são ideais para receber vinhos mais encorpados. Elas possuem o fundo largo, mas a borda é um pouco mais fechada, para evitar a dispersão dos aromas. Taças nesse formato são indicadas para vinhos produzidos com uvas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Syrah, Tannat, entre outras uvas ricas em taninos.

As taças Borgonha são ideais para vinhos tintos mais complexos e concentrados, principalmente os Pinot Noir. Elas possuem formato balão, com o fundo maior do que as Bordeaux, o que permite que os aromas se liberem rapidamente. Além dos vinhos produzidos com uvas da variedade Pinot Noir, as taças padrão Borgonha também são ideais para a apreciação de vinhos Rioja tradicional, Amarone, Barbera Barricato e Nebbiolo.

As taças para vinho branco possuem fundo e bordas mais estreitos. Como o vinho branco precisa ser consumido em temperaturas mais baixas, um recipiente menor é ideal, pois permite menos troca de calor com o ambiente. Além disso, o corpo estreito ajuda a realçar as notas frutais, essenciais na apreciação desse tipo de vinho.

Os vinhos rosés possuem a adstringência dos tintos e os aromas dos brancos. Por esse motivo, as taças para apreciá-los devem ser menores que as dos brancos, mas com o fundo maior, para acentuar a acidez do vinho, equilibrando sua doçura. Como poucas marcas possuem recipientes específicos para os vinhos rosados, pode-se usar também as taças para vinhos brancos.

Para champagnes e espumantes, a taça ideal é chamada de flauta. Com corpo e bordas estreitas, ela é feita para que as borbulhas se concentrem e sejam apreciadas. Quanto mais largo for o fundo da taça, melhor, para realçar os aromas e os sabores. Se o champagne for de uma safra especial ou Cuvée, uma taça com corpo curvo é mais indicada, para que o apreciador sinta o sabor das frutas.

A taça ISO (International Standards Organization), criada em 1970, é ideal para quem está começando a montar um acervo de taças. Ela funciona como uma peça coringa, porque serve para todos os tipos de vinhos. Cristalina e relativamente pequena, ela possui um fundo maior, com as bordas mais fechadas. É um ótimo modelo, principalmente, para realçar os aromas das bebidas.