Tem gente que acha que o Oscar é uma das premiações mais injustas de todos os tempos. Dói muito ver essa festa tão popular deixar de premiar os filmes que amamos. Mesmo assim, a gente não consegue parar de assistir. E, em 2025, quando o Brasil ganhou seu primeiro Oscar de Melhor Filme Internacional, a comoção foi geral — mesmo com tanta gente falando mal da premiação. A gente pode até criticar, mas é incrível quando vemos os talentos que amamos sendo reconhecidos. E o melhor: ver o cinema nacional ganhar os holofotes do mundo é ainda mais prazeroso. É um orgulho indescritível.
Apesar das críticas, a Academia continua transmitindo a mais famosa cerimônia dedicada ao cinema do mundo e tem tentado, ao máximo, diversificar seus membros para tornar a premiação mais abrangente e democrática. Mudar um tradicionalismo e conservadorismo de quase um século não é nada fácil, mas dar os primeiros passos, algo que a Academia tem feito, já é motivo de satisfação. Então, concorde você ou não com os resultados das votações ao longo dos anos, não se pode apagar o passado nem pedir devolução de prêmios. Mas é importante também analisarmos o histórico da premiação para entendermos a evolução do Oscar. Cada cerimônia se traduz em história, e cada história conta também o tempo político da Academia.
Nesta lista, separamos 6 filmes vencedores do Oscar para refletirmos sobre o período que a Academia atravessava quando os premiou. E aí, concorda com todos?

A família Kim vive num porão úmido, realizando pequenos bicos e golpes para sobreviver. Quando o filho Ki-woo consegue uma oportunidade para dar aulas particulares à filha de uma família rica, os Park, ele enxerga uma chance de infiltrar seus familiares, um a um, na mansão luxuosa, todos sob falsas identidades. A princípio, o plano funciona perfeitamente. Mas, à medida que a convivência entre ricos e pobres se intensifica, segredos enterrados vêm à tona, e a relação entre as duas famílias se transforma em algo sombrio e irreversível. A comédia social se desfaz diante de uma espiral de tensão, violência e tragédia, revelando as camadas invisíveis de uma sociedade dividida por abismos que nenhum disfarce consegue esconder.

Em meio à segregação racial do sul dos Estados Unidos dos anos 1960, Tony Lip, um ítalo-americano bronco e temporariamente desempregado, é contratado como motorista de Don Shirley, um pianista negro refinado que embarca em uma turnê pelo interior do país. A dupla, incompatível à primeira vista, percorre estradas hostis usando o “Green Book”, um guia que indicava os locais seguros para viajantes negros na época. Entre preconceitos enfrentados, confrontos internos e conversas inesperadas, os dois homens criam uma conexão improvável que transforma suas percepções sobre o outro — e sobre si mesmos. O que começa como uma relação profissional rígida evolui para uma amizade sincera, marcada por humor, tensão e crescimento pessoal mútuo.

Em um deserto pós-apocalíptico onde a água é um bem escasso e a gasolina é poder, Max Rockatansky, um andarilho assombrado por perdas do passado, é capturado por seguidores do tirano Immortan Joe. Ao ser arrastado para uma guerra sobre rodas, Max se une à Imperatriz Furiosa, uma guerreira que trai Joe para libertar suas concubinas e levá-las a um lugar seguro além do deserto. O que se segue é uma perseguição frenética por redenção, sobrevivência e liberdade. Em meio a tempestades de areia, veículos monstruosos e batalhas viscerais, cada personagem corre não apenas para escapar, mas para reencontrar algum sentido num mundo brutal e desumanizado.

Num futuro próximo, a Terra está à beira do colapso ambiental, e a agricultura se tornou a última linha de sobrevivência para a humanidade. Cooper, um engenheiro e ex-piloto da NASA, é recrutado para liderar uma missão interestelar: encontrar um novo planeta habitável. Ele parte, deixando para trás sua filha Murph, cuja dor pela ausência se transforma em obsessão científica. Enquanto Cooper e sua equipe atravessam buracos de minhoca, enfrentam planetas hostis e lidam com a relatividade do tempo, Murph busca na Terra uma equação que possa salvar a espécie humana. Entre laços familiares e limites científicos, a jornada se torna uma reflexão sobre amor, sacrifício e o papel da esperança diante do desconhecido.

Dom Cobb é um ladrão especializado em extrair segredos do inconsciente durante o sono. Mestre na arte da espionagem onírica, ele é contratado para algo ainda mais desafiador: implantar uma ideia na mente de um herdeiro corporativo, num processo chamado de “inception”. Para realizar isso, Cobb monta uma equipe e embarca numa viagem por camadas de sonhos, onde tempo, lógica e realidade se embaralham. No entanto, fantasmas de seu passado emocional ameaçam comprometer a missão e aprisioná-lo num labirinto de memórias e culpa. À medida que os sonhos se aprofundam, as fronteiras entre o real e o imaginário se dissolvem, e a única âncora pode ser a própria dúvida.

Gotham parece finalmente respirar sob o comando do vigilante Batman, do promotor Harvey Dent e do comissário Gordon. Mas a chegada do Coringa, um criminoso caótico e imprevisível, desestabiliza essa frágil ordem. Com métodos que beiram o terrorismo psicológico, o Coringa desafia as regras, as instituições e o próprio Batman, forçando todos a confrontar suas crenças e limites morais. Conforme a cidade mergulha no caos, Bruce Wayne se vê dividido entre o símbolo que criou e as consequências éticas de continuar lutando. Neste embate entre razão e anarquia, o heroísmo se torna ambíguo, e o bem, para prevalecer, talvez precise se vestir de escuridão.