7 livros que todo mundo tem, mas ninguém termina

7 livros que todo mundo tem, mas ninguém termina

Tem coisa que a gente só devia encarar depois de pagar uns boletos grandes, tomar uns tombos da vida e desenvolver o músculo da resignação. Certos livros não foram feitos para quem ainda acredita que o mundo é, no fundo, um lugar justo. Entrar nessas leituras cedo demais é como assistir a um filme do Lars von Trier depois de uma briga feia com o seu terapeuta: você até pode sair mais sábio, mas corre o risco de sair arrastado. Essas obras não poupam o leitor, nem com alívio cômico, nem com misericórdia narrativa. São pancadas retóricas, filosóficas e emocionais que, se pegarem um coração despreparado, fazem um estrago bonito. Ou feio, dependendo do ponto de vista.

Antes dos 30, a gente ainda quer acreditar que existe redenção fácil, que o amor transforma e que os canalhas se arrependem no fim. Mas essas narrativas se recusam a confortar. Elas não apenas expõem o lado mais cruel da existência: esfregam na sua cara, sem piedade, a banalidade do mal, o cinismo da política, o colapso das instituições e a podridão humana em alta resolução. São livros que testam a fé na literatura, nas pessoas e, às vezes, em si mesmo. Você começa achando que vai sair mais culto; termina se perguntando se ainda acredita em alguma coisa.

Isso não quer dizer que essas leituras não valem a pena, ao contrário, são monumentos literários. Mas enfrentá-las muito cedo pode causar efeitos colaterais como insônia existencial, misantropia aguda e, em casos extremos, vontade de largar tudo e ir cuidar de cabras no interior da Suíça. Portanto, se você tem menos de 30 e autoestima instável, pense duas vezes. Ou leia por sua conta e risco. Afinal, você pode até sair dessas leituras mais forte ou apenas devastado de forma irrevogável.