7 livros tão malucos que parecem que você teve uma viagem de ácido na companhia de Salvador Dalí e Luis Buñuel

7 livros tão malucos que parecem que você teve uma viagem de ácido na companhia de Salvador Dalí e Luis Buñuel

Se você já acordou num domingo se perguntando se o teto do seu quarto está derretendo ou se sua planta está te julgando em silêncio, parabéns: você já teve uma amostra grátis do que é mergulhar nesses livros. Esqueça enredos lineares, personagens compreensíveis ou qualquer apego à lógica tradicional, o que temos aqui são obras que fariam Dalí raspar o bigode de vergonha e Buñuel pedir um balde de água gelada. É literatura como delírio consciente, onde a sanidade é opcional e a estranheza é método. São histórias que se movem como relógios líquidos ou como pianos cheios de formigas. E, acredite, não é só um exercício de bizarrice gratuita: há ali uma inteligência absurda (no melhor sentido), um gesto de ruptura estética que deixa a cabeça da gente como uma espiral. Ou, como disse um leitor anônimo no Goodreads: “li, gostei, mas estou emocionalmente incapacitado desde então”.

Esses livros têm o dom raro de parecer que foram escritos em um transe, com uma mão no copo de vinho e a outra no abismo. A leitura flui entre alucinações lúcidas, sonhos febris, intertextualidade desconcertante e uma dose considerável de “não estou entendendo nada, mas estou amando”. São autores que quebram a quarta parede, a quinta, a sexta e até o chão da sala, criando universos onde tudo pode acontecer, inclusive nada. Aqui, o protagonista pode ser um peixe, um prédio ou a própria linguagem. As regras narrativas, quando existem, estão lá apenas para serem sabotadas. E a cada virada de página, a sensação é a mesma de quem tenta andar reto numa esteira rolante desgovernada: você pode até cair, mas vai rir no caminho.

Então prepare-se para sete obras que funcionam como passaportes para viagens lisérgicas (sem infringir nenhuma lei, a não ser as da física narrativa). São livros que desafiam convenções, desorganizam sinapses e deixam um rastro de perplexidade saborosa. Não se espante se, ao final da leitura, você estiver conversando com um gato sobre Kant ou repensando a solidez do conceito de “cadeira”. São textos que ampliam o cérebro como se ele fosse feito de massinha, só que com uma pegada existencialista, surrealista e, por que não, maldosamente divertida. Se você sempre quis uma experiência literária que se pareça com estar preso num filme do Buñuel com narração do Werner Herzog, este é o seu momento. Respire fundo, deixe os sapatos da lógica do lado de fora e entre.

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.