Anthony Hopkins transformou 120 minutos em eternidade no thriller mais perturbador dos anos 90 — na Netflix

Anthony Hopkins transformou 120 minutos em eternidade no thriller mais perturbador dos anos 90 — na Netflix

“O Silêncio dos Inocentes“ nunca se acomoda na zona de conforto dos thrillers policiais. Ele prefere tensionar a curiosidade do espectador com uma aproximação quase íntima entre Clarice Starling, vivida por Jodie Foster, e Hannibal Lecter, interpretado por Anthony Hopkins com precisão hipnótica. Clarice chega ao caso de Buffalo Bill como quem atravessa uma fronteira instável: é inteligente, mas ainda carrega a hesitação típica de quem tenta ocupar um espaço que não lhe foi oferecido, apenas tolerado.

Keanu Reeves, Anthony Hopkins e Gary Oldman: elenco estelar em filme de Coppola está na Netflix Divulgação / Columbia Pictures

Keanu Reeves, Anthony Hopkins e Gary Oldman: elenco estelar em filme de Coppola está na Netflix

Algumas narrativas parecem desenhadas para testar limites éticos e afetivos, e “Drácula de Bram Stoker” insiste justamente nessa fricção entre desejo e ameaça. A trama acompanha Jonathan Harker, interpretado por Keanu Reeves, um jovem corretor que viaja para a Transilvânia para concluir uma negociação imobiliária com o enigmático conde vivido por Gary Oldman.

O pesadelo kafkiano do Prime Video que expõe o conflito brutal entre liberdade e repressão — e que poucos esquecem depois de assistir Divulgação / Alamode Film

O pesadelo kafkiano do Prime Video que expõe o conflito brutal entre liberdade e repressão — e que poucos esquecem depois de assistir

Quando se infiltra nas relações sociais, o preconceito vira terreno fértil para a injustiça, alimentando medos que não tardam a desaguar em paranoia. Uma escola pode ser o ambiente ideal para ataques, maledicências, tiranias, ódio, como se vê no ótimo “A Sala dos Professores”. Ilker Çatak compõe uma atmosfera claustrofóbica de hipocrisia, na qual resiste um idealismo muito peculiar.

A distopia mais perturbadora do Prime Video: o filme de Chie Hayakawa que continua assombrando quem se arrisca a assistir Divulgação / Sato Company

A distopia mais perturbadora do Prime Video: o filme de Chie Hayakawa que continua assombrando quem se arrisca a assistir

A ideia de eliminar pessoas para equilibrar as contas públicas é uma ideia que a japonesa Chie Hayakawa esmiúça em “Plano 75”, distopia sobre dramas cada vez mais palpáveis e que não têm recebido a atenção que merecem. Em sua estreia à frente de um longa, Hayakawa desvenda o horror tácito a um estrato da população que sobrevive sem a ajuda das autoridades, e aproveita para desenvolver um argumento monstruoso.

O filme mais aguardado de 2025 estreia na Netflix neste fim de semana — vimos antes e contamos por que vale cada minuto John Wilson / Netflix

O filme mais aguardado de 2025 estreia na Netflix neste fim de semana — vimos antes e contamos por que vale cada minuto

Em “Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out”, Rian Johnson leva Benoit Blanc a uma paróquia católica no interior de Nova York, onde a morte repentina de um monsenhor durante a celebração de Sexta-Feira Santa se transforma em enigma de sala trancada e em confronto discreto entre fé e razão. Terceiro filme da série, o longa tem estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto, abre o BFI London Film Festival, fecha o SCAD Savannah Film Festival, passa por um circuitinho limitado em salas dos Estados Unidos, com sessões para convidados e exibições comentadas, antes de chegar globalmente à Netflix.