O filme na Netflix, com Bradley Cooper, que fez muita gente chorar escondido Divulgação / Warner Bros.

O filme na Netflix, com Bradley Cooper, que fez muita gente chorar escondido

“Nasce uma Estrela” não tenta nos convencer de que o estrelato é um planeta distante reservado aos escolhidos do Olimpo pop. A câmera gruda em dois seres humanos que não nasceram para brilhar, eles aprenderam a sobreviver em meio ao aplauso. Talvez seja por isso que Lady Gaga, aqui sem o exagero performático que todo mundo conhece, conquista antes mesmo de abrir a boca para cantar. Ela não interpreta: expõe-se.

O filme existencialista do Prime Video que transforma a solidão em coragem Divulgação / Curious Films

O filme existencialista do Prime Video que transforma a solidão em coragem

Num retrato áspero do interior dos Estados Unidos, “Inverno da Alma” acompanha uma jovem que sustenta dois irmãos e procura o pai para evitar a perda da casa. Debra Granik filma relações regidas por códigos locais e economia ilícita, sem melodrama, com atenção aos gestos e ao ambiente. Jennifer Lawrence e John Hawkes conduzem um drama que combina investigação, realismo social e ecos de faroeste. O resultado mantém tensão constante e descreve um mundo onde sobrevivência e afeto disputam o mesmo espaço.

Nada melhor para curar o cansaço da semana: essa comédia romântica da Netflix vai te recarregar com gargalhadas Divulgação / Universal Pictures

Nada melhor para curar o cansaço da semana: essa comédia romântica da Netflix vai te recarregar com gargalhadas

Há um tipo de comédia que prefere expor a precariedade humana diante do afeto ao invés de fantasiá-la. “Ressaca de Amor” constrói seu valor exatamente nesse território: o da dor ordinária transformada em narrativa universal. O fim de um relacionamento não é aqui uma experiência que eleva o sujeito a qualquer transcendência.

Campos de Carvalho: o homem que riu por último. O escritor que ensinou o delírio a pensar

Campos de Carvalho: o homem que riu por último. O escritor que ensinou o delírio a pensar

Entre o ofício diário e a desobediência da palavra existe um intervalo fértil, região de autores que preferem a fresta ao alarde. No Brasil do século 20, com modernização rápida, censuras e entusiasmos, uma voz escolheu ironia seca e absurdo rigoroso para desmanchar certezas respeitadas. A leitura provoca riso inquieto; a imaginação recusa arranjos fáceis e exige atenção. No centro desse gesto está um autor de obra breve e resistente, mantida por debates críticos, reedições e descobertas tardias, sempre à margem de modismos e pressões de ocasião.