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O enredo de “Má Educação” (2004) segue à risca o protocolo almodovariano de colocar às escâncaras todo o puritanismo fajuto das relações humanas — o que, por muitas vezes, envolve instituições cuja solidez remonta às origens da civilização como a conhecemos, caso da Igreja católica, ainda que o problema que o diretor queira denunciar se refira a membros dessa Igreja, homens dotados de informação e livre arbítrio, portanto —, passando por temas como sexualidade, política, costumes e fé.

Mostrando o desvelo de sempre, David Mackenzie entrega um filme brilhante, malgrado o assunto, um tanto espinhoso e obscuro demais para o brasileiro, não desperte a paixão de temas universais como cobiça, consciência social, ruína moral de uma família e a falência do sonho americano, este ubíquo na produção cinematográfica de uns tempos para cá, matéria-prima de “A Qualquer Custo” (2016) e “Encarcerado” (2013). O diretor é um dos mais talentosos em extrair de seu elenco o que julga ser essencial a fim de fazer grande a história que escolheu contar — e aqui episódios aparentemente banais tornam-se pequenos épicos dentro da epopeia-mãe num piscar de olhos.

Em um cenário onde o fluxo de conteúdo é constante e avassalador, a escolha do próximo filme para assistir pode se tornar uma tarefa árdua. No entanto, a Revista Bula, como sempre, está aqui para te orientar em meio a esse mar de opções. Analisando criteriosamente o catálogo de novidades da Netflix, selecionamos os cinco filmes que mais se destacaram nas últimas semanas, tanto por sua qualidade narrativa quanto pela direção impecável e performances memoráveis.