Livros

Os 4 livros que Drummond dizia que cortavam a alma com delicadeza

Os 4 livros que Drummond dizia que cortavam a alma com delicadeza

Há livros que não mudam o mundo, mas deslocam algo dentro de quem os lê. Carlos Drummond de Andrade, avesso a rankings e simplificações, uma vez apontou quatro obras que, segundo ele, cortavam a alma com delicadeza. Não por ferirem, mas por deixarem a carne exposta de um jeito silencioso. Entre autores franceses, americanos e portugueses, sua escolha não revela só gosto literário, mas uma afinação de sensibilidade que ainda provoca eco. Ler esses títulos hoje é escutar um certo tom de mundo que talvez tenhamos esquecido.

Doutor Fausto e o pacto que redefiniu a literatura moderna Thomas Mann Archive / ETH Bibliothek Zurich

Doutor Fausto e o pacto que redefiniu a literatura moderna

Thomas Mann não escreveu “Doutor Fausto” como quem constrói um romance — escreveu como quem faz uma autópsia ética de um século. Este ensaio mergulha na anatomia alegórica da obra, onde a arte deixa de redimir e começa a condenar. De Leverkühn à dodecafonia, da ruptura estética à falência do Iluminismo, o texto propõe uma leitura crítica e histórica que articula literatura, barbárie e razão instrumental. A alegoria, aqui, é operação trágica. Não explica: acusa. E ao fazê-lo, inscreve-se no que há de mais radical e inquietante na grande literatura do século 20.

O maior prêmio de conto do Brasil está com inscrições abertas

O maior prêmio de conto do Brasil está com inscrições abertas

O Bula Prêmio de Conto estreia com uma convocação aberta a escritores em língua portuguesa dispostos a desafiar o previsível. Com premiação de R$ 35 mil e publicação digital global, o concurso busca textos que apresentem rigor estético, impacto narrativo e domínio técnico. A proposta é clara: encontrar contos que não apenas contem algo — mas que modifiquem a leitura. A temática é livre, mas a exigência é alta. O foco está na linguagem, na estrutura e na presença autoral. O desconcerto é bem-vindo. A repetição, não.

6 livros que Nietzsche odiava (e por quê)

6 livros que Nietzsche odiava (e por quê)

Nietzsche não atacava livros — atacava o tipo de espírito que eles moldavam. De Rousseau a Darwin, de Kant a Victor Hugo, seu incômodo era sempre o mesmo: autores geniais que, segundo ele, faziam a vida parecer culpa, adaptação ou bondade domesticada. Esta seleção de sinopses não é apenas um mergulho em grandes obras — é um espelho das ideias que Nietzsche desejava ver ruir. Porque, para ele, alguns livros curam. Outros apenas anestesiam.

Raphael Montes: o autor como produtor na era digital Thais Alvarenga / Site Oficial

Raphael Montes: o autor como produtor na era digital

O escritor Raphael Montes incomoda muita gente. Pode ser comparado à imagem do bode no meio da sala. O desconforto está presente em circuitos literários e intelectuais, onde se defende a existência de guardiões da linguagem, distantes do ruído dos algoritmos e das hashtags. Montes rompe com essa imagem, usando método, lucidez e certo deleite. Com apenas 34 anos, oito romances e mais de 1 milhão de exemplares vendidos, ele é um best-seller e um sintoma do estado de coisas.