Livros

O Brasil ainda lê — mas não onde você imagina. A nova edição da pesquisa Retratos da Leitura revela um mapa surpreendente das capitais mais leitoras do país, rompendo com velhos centros de poder cultural. João Pessoa, Curitiba e Manaus lideram um ranking onde a palavra resiste em silêncio, na escola pública, nos bairros periféricos, nas mãos de quem lê por urgência, não por hábito. Ler, em 2024, é um ato íntimo de insistência. E, para muitos, ainda é refúgio.

O que começou como uma atividade lúdica e terapêutica, resgatada por jovens em busca de bem-estar, transformou-se em um novo padrão de obsessão silenciosa. Os livros de colorir, popularizados entre a geração Z nas redes sociais, deixaram de ser passatempo e passaram a ocupar o lugar de performance estética, disciplina visual e até gatilho de ansiedade. Influencers disputam quem tem o traço mais perfeito, gastam fortunas em materiais importados e exibem seus processos como um novo status digital. Especialistas começam a soar o alarme.

A Universidade de São Paulo (USP) colocou à disposição do público mais de 1.200 livros acadêmicos e científicos para acesso gratuito online. A iniciativa, por meio do Portal de Livros Abertos, reúne obras publicadas por institutos, centros, faculdades e museus da universidade em mais de 40 áreas do conhecimento. Os títulos podem ser baixados diretamente, sem necessidade de cadastro, e estão disponíveis em formatos digitais acessíveis. O projeto visa democratizar o saber e preservar a produção intelectual da maior universidade pública do país.

A vida é curta para tantos livros. Por meio da leitura, o cérebro interpreta símbolos e os verte em conhecimento. E o conhecimento salva. Os dez títulos desta lista são obras que merecem um olhar minucioso antes que tudo se desvaneça. São exemplos de até onde chega o gênio de nossa espécie em construções que primam por apuro narrativo, sofisticação exegética, poesia, ao passo que instigam a mudança, imprescindível num ser dotado de paixões e raciocínio lógico.