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Suspense alemão na Netflix promete tensão, mas o que brilha mesmo é o sol de Maiorca Julia Terjung / Netflix

Suspense alemão na Netflix promete tensão, mas o que brilha mesmo é o sol de Maiorca

“Quero Você” começa como uma promessa de tensão e termina como um exercício de resistência. O filme, ambientado na ensolarada ilha de Maiorca, tenta se sustentar sobre a atmosfera do suspense, mas o que se constrói ali é mais um jogo de aparências do que um thriller propriamente dito. Tudo parece calculado para seduzir o espectador pelo cenário, e apenas por ele. A fotografia é impecável, a luz mediterrânea é quase um personagem, mas a trama parece se dissolver sob o próprio sol.

Arnold Schwarzenegger em sua comédia mais caótica e nostálgica disponível na Netflix Divulgação / Twentieth Century Fox

Arnold Schwarzenegger em sua comédia mais caótica e nostálgica disponível na Netflix

“Um Herói de Brinquedo” é uma farsa natalina disfarçada de comédia familiar, uma daquelas produções em que o riso vem acompanhado de uma pontada de vergonha alheia e um tanto de melancolia. O filme, lançado nos anos 1990, parecia inocente ao colocar Arnold Schwarzenegger no papel de um pai desesperado para encontrar o brinquedo mais desejado do Natal, o famigerado Turbo Man. Mas, sob a superfície reluzente de luzes e canções festivas, o que se revela é um retrato objetivo, e cruelmente atual, do capitalismo travestido de espírito natalino.

Filme chileno lançado no Festival de Cannes 2025 acaba de chegar à Netflix Divulgação / Metropolitan Filmexport

Filme chileno lançado no Festival de Cannes 2025 acaba de chegar à Netflix

Figura em ascensão no cinema em língua espanhola, o chileno Sebastián Lelio já tem um currículo extenso, em que destacam-se produções que miram personagens femininas em busca de lugar no mundo, como “Gloria” (2013) e “Desobediência” (2017). Agora, com “A Onda”, Lelio arrisca-se numa linguagem nova para questionar como as demandas das mulheres são vistas numa sociedade em permanente mudança, mas não vai além da caricatura.

O clássico da literatura canadense que o cinema transformou em uma elegia sobre amor, dever e destino Divulgação / Item 7

O clássico da literatura canadense que o cinema transformou em uma elegia sobre amor, dever e destino

Em “A Escolha de Maria”, o território é mais que pano de fundo: é o verdadeiro antagonista. O Quebec rural do início do século 20 não acolhe, impõe. Entre troncos abatidos e campos gelados, a vida se equilibra entre o esforço e a resignação. A floresta, com sua beleza austera, guarda algo de tribunal moral. É ali que Maria, filha de colonos, tenta decidir qual destino suportará viver. Seus pretendentes representam menos o amor do que ideias de futuro: o lavrador simboliza o enraizamento, o aventureiro encarna o apelo da liberdade e o homem rico da cidade carrega a ilusão de progresso.

O conto mais açucarado do cinema é, na verdade, uma crítica amarga ao consumismo — na HBO Max Divulgação / Warner Bros

O conto mais açucarado do cinema é, na verdade, uma crítica amarga ao consumismo — na HBO Max

“A Fantástica Fábrica de Chocolate” é o tipo de filme que revela o quanto o imaginário infantil pode ser um território de sombras disfarçado em confeitaria. O universo de Tim Burton, ao revisitar o clássico de Roald Dahl, não tem a doçura nostálgica que muitos esperam, mas um sabor agridoce, feito da mistura entre a inocência de um garoto pobre e a excentricidade de um homem que nunca amadureceu. O que parecia ser apenas uma viagem a um mundo de guloseimas torna-se uma parábola sobre o desejo, a moral e o medo de crescer.