Inspirado em Dostoiévski e nas correntes do existencialismo e absurdismo, suspense arrebatador estreia na Netflix
Na novela “O Duplo” (1846), de Fiódor Dostoiévski (1821-1881), o conselheiro Goliádkin é obrigado a enfrentar uma questão esdrúxula. Um seu sósia aparece sem explicação pelas ruas de São Petersburgo, e então, começa para esse homem pacato uma descida ao inferno. O argumento dos doppelgängers, figuras que reproduzem à perfeição a aparência física de alguém sem apresentar nenhum vínculo biológico, escancara a natureza quase insondável de “Dual”. Na sua versão muito particular de Dostoiévski, Riley Stearns abusa de tons frios na intenção de assustar, mas não só.