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4 filmes que me ensinaram mais que anos de terapia Divulgação / Paramount Pictures

4 filmes que me ensinaram mais que anos de terapia

Bons filmes têm o condão de transformar o caos do existir em narrativa, dando sentido ao absurdo e até oferecendo os sinais que recusa-nos a própria vida. Terapias ortodoxas exigem tempo, paciência, empenho e podem não surtir efeito. Comigo era bater e valer: quando, em tardes de calor e secura, cabulava aula e ia me meter na sala imensa do Cine Brasília (sem ar-condicionado a época), sabia que ao cabo daquelas duas horas, pouco mais, pouco menos, teria a resposta matadora para alguns de meus ridículos dilemas juvenis. Desse modo operam os quatro títulos dessa lista, provando que cinema bom é o que faz-nos sair de nós.

O único filme que você precisa ver neste feriado (confie em mim)

O único filme que você precisa ver neste feriado (confie em mim)

“Warfare” desarma qualquer expectativa de nobreza bélica ao instaurar, desde seu primeiro frame, um estado de tensão que não dá trégua. Não há espaço para discursos heroicos nem para bandeiras tremulando ao vento. O que acontece aqui é o pavor encarnado, o colapso do controle, a orquestra do caos. Dirigido por Alex Garland em parceria com Ray Mendoza, ex-militar cuja vivência real se infiltra no filme como sangue em tecido, o longa reconstitui o desespero de uma operação militar em Ramadi, em 2006, com uma urgência que dispensa qualquer contextualização narrativa.

15 filmes que você só vai assistir uma vez — e vai lembrar para sempre Divulgação / Film1

15 filmes que você só vai assistir uma vez — e vai lembrar para sempre

Bons filmes legam marcas, cicatrizes, memória. São manifestações artísticas que declinam do conforto da repetição, criando uma desordem bastante específica, impossível de ser vivida em todo o seu esplendor e riqueza mais de uma vez e, por paradoxal que soe, isso nada tem a ver com efeitos visuais grandiosos ou reviravoltas mirabolantes: o que há neles é verdade, a mais crua e a mais perturbadora. Na era do fast-food cultural, de produções cuja motivação original é agradar o implacável algoritmo, esses trabalhos impõem-se como monumentos de integridade artística e, por isso mesmo, são inesquecíveis. É o caso dos quinze longas citados aqui.

O melhor filme que você vai assistir neste feriado (e ainda não sabe disso) Divulgação / Netflix

O melhor filme que você vai assistir neste feriado (e ainda não sabe disso)

Ney Matogrosso, figura que sempre escapou às categorias estanques da arte e da identidade, encontra neste filme um espelho à altura de sua complexidade: um espelho fragmentado, vibrante, íntimo e feroz. A história não se curva a convenções cronológicas nem se interessa por didatismos sentimentais; ela se lança, em espirais sensoriais, do coração da floresta atlântica ao delírio libertário dos palcos tropicais, da infância nebulosa ao ímpeto criativo que transcende décadas.