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Absurdo e fascinante — o que fez décimo filme de franquia considerada “burra” por críticos alcançar bilheteria de 4 bilhões? Divulgação / Universal Pictures

Absurdo e fascinante — o que fez décimo filme de franquia considerada “burra” por críticos alcançar bilheteria de 4 bilhões?

Há filmes que não pedem licença para existir — irrompem na tela como quem desafia qualquer convenção, como se gritassem ao espectador: “sim, nós fomos longe demais, e é exatamente por isso que você está aqui”. “Velozes & Furiosos 10” pertence a esse seleto grupo. O que começou como um retrato underground da cultura de corridas ilegais evoluiu, ou talvez mutou, para algo que flerta abertamente com o delírio narrativo.

O mestre do absurdo: Joaquin Phoenix vive o anti-herói que Camus escreveu antes mesmo de nascer Divulgação / The Weinstein Company

O mestre do absurdo: Joaquin Phoenix vive o anti-herói que Camus escreveu antes mesmo de nascer

Girando sobre o eixo da necessidade da fundação de um mundo melhor — sem que se saiba exatamente o que viria a ser isso, nem de que maneira atingi-lo —, “O Mestre” desdobra-se como se quisesse fazer uma denúncia, ao mesmo tempo que é profundo demais para caber em tal rótulo. Diretor meticuloso, Paul Thomas Anderson compõe um drama psicológico sobre um veterano perturbado, voltando sem rumo da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), até deparar-se com o líder de uma seita pseudo-filosófica e pseudo-religiosa que o acolhe.

O filme mais assistido do Prime Video no momento — Anna Kendrick e Blake Lively em um jogo de mentiras que corta a respiração Divulgação / Amazon Prime Video

O filme mais assistido do Prime Video no momento — Anna Kendrick e Blake Lively em um jogo de mentiras que corta a respiração

“Outro Pequeno Favor” tem o condão de equilibrar-se entre o drama, o mistério, a investigação de um crime quase óbvio e uma comédia que não se furta a assumir tons ridículos sempre que pode. Em mãos imprudentes, a audácia decerto degeneraria num arrastar sem fim de cenas que nem teriam graça nem empolgariam ninguém, mas Paul Feig tem tarimba o suficiente para lidar com as complicações de cada um desses gêneros, e em todas as cenas de seu filme é notória a sensação de que os elementos, um por um, encaixam-se de modo a fazer da história uma unidade assombrosamente coesa.

O melhor documentário de 2025, até agora Divulgação / Netflix

O melhor documentário de 2025, até agora

Sempre haverá episódios sobre os quais pouco se sabe — ou sobre os quais não se sabe tudo — envolvendo a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A Segunda Guerra continua sendo o saco sem fundo da História, como ratifica “A Grã-Bretanha e a Blitz”, o documentário encomendado pela Netflix à 72 Films, braço da Fremantle especializado em produções históricas e biografias. Rigorosa, a direção de Ella Wright prima por apresentar o ponto de vista de quem tomou parte na resposta da Grã-Bretanha aos incessantes bombardeios a Londres pela Luftwaffe, enquanto um líder pensava no que fazer.