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É a Ales, de Jon Fosse

É a Ales, de Jon Fosse

Li “É a Ales”, de Jon Fosse, e fiquei desconfiado. Em tempo, explicarei. Se o livro não carregasse timbrado o logo de ganhador do Prêmio no Nobel, por causa de seu título cacofônico talvez ficaria encalhado nas prateleiras das livrarias. Para além desse detalhe, o livro é peculiar, não exatamente num bom sentido. Fosse empenha-se, claramente, em desenvolver uma estilística única, diferenciada. Em grande parte do livro, a história efetivamente não acontece. Os eventos são arrastados, fazem pouco sentido, estão imersos numa neblina fria e na descrição vertiginosa do autor. Talvez seja culpa do clima norueguês.

Cinema e música: Pink Floyd — The Wall, de Alan Parker Divulgação / Metro-Goldwyn-Mayer

Cinema e música: Pink Floyd — The Wall, de Alan Parker

Em 1979, o grupo de rock britânico Pink Floyd lançou um dos mais ambiciosos projetos de sua carreira: o álbum duplo conceitual “The Wall”. Quase uma ópera rock, conta a história do roqueiro fictício Pink. Totalmente pensado pelo baixista e letrista Roger Waters, o álbum é um dos mais conhecidos da banda e rendeu o estrondoso sucesso “Another Brick in the Wall — Part II”, que tocou até em comercial televisivo de xampu.

Ratos de livraria

Ratos de livraria

Costuma-se chamar as pessoas que adoram entrar numa livraria de ratos de livraria. Eu mesmo posso ser considerado um típico rato de livraria, já que não posso ver uma loja que venda livros, novos ou usados, que entro para dar uma olhada e vou ficando por lá enquanto posso. Apesar de me encaixar perfeitamente nessa definição, não gosto dela. Afinal, os ratos que frequentam livrarias não estão ali para comprar ou ler, eles estão ali para roer os livros.

A casa e a grande reforma – II

A casa e a grande reforma – II

Tem sido uma loucura. O planejamento é crucial, mas não só. Desde o elementar, o desenho da casa, a mão-de-obra, o acompanhamento e a… paciência ponderada redobrada. Financeiramente eu identifiquei quatro etapas. A primeira é o que você acha que consegue gastar. A segunda é o que o projeto diz que você deve gastar. A terceira é a que você vai precisar gastar. E a quarta etapa é a pior, e a que estou nesse momento, é a “putaquepariu de onde eu vou tirar dinheiro para finalizar essa obra dignamente”?

Sem tempo para sentir

Sem tempo para sentir

Quando digo — e escrevo — que a humanidade não tem jeito, a reação das pessoas é variável. Muitos torcem o nariz, retrucam que estou exagerando, que a natureza do ser humano, regra geral, é boa. Outros, impacientes, acusam-me de pedantismo, de pessimismo, de falta de Deus no coração ou de Prozac na cabeça. A minoria cala, pensa e me dá ouvidos; consola e admite que a situação é, sim, degradante, mas, apesar das profundas dificuldades, sustenta ser necessário perseverar nos esforços de diminuir a injustiça e a desigualdade social que são, em essência, a origem de todos os males que assolam a humanidade.