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Coisas que acabaram e que vão acabar

Coisas que acabaram e que vão acabar

Eu adorava revistas. Fui até dono de uma revista, lá nos idos dos anos 80 do século passado, mas nunca mais li nenhuma. As bancas de jornal, que viraram bancas de cerveja, ainda expõem algumas revistas entre um biscoito e uma sandália Havaianas. Nem nas salas de espera de médicos eu leio mais revistas. Prefiro ficar jogando paciência no celular.

O problema não é o Centrão e o Congresso Nacional. O problema são os eleitores

O problema não é o Centrão e o Congresso Nacional. O problema são os eleitores

Carece deixar de dizer que política não presta e que os políticos são todos iguais, porque eles não são. O problema do Brasil é o brasileiro. O cidadão ufanista que enche a boca para declarar que odeia política, contudo, nunca mais leu um livro desde que saiu do colégio. O problema é aquele transgressor contumaz de normas e regulamentos que denomina fiscalização de trânsito como “indústria da multa”. É o indivíduo que sempre arruma o jeito certo de fazer a coisa errada.

O Pink Floyd e eu em Pompeia

O Pink Floyd e eu em Pompeia

Algumas experiências nos acompanham pela vida, atravessam décadas e se tornam lembranças essenciais. Certos momentos são tão marcantes que parecem eternamente gravados na memória afetiva, impulsionados por detalhes aparentemente banais, como o primeiro contato com uma tecnologia nova ou a descoberta casual de algo que se revela extraordinário. São eventos capazes de transformar uma simples decisão cotidiana em um marco pessoal, abrindo portas para paixões inesperadas e até incontroláveis. Às vezes, tudo que basta é uma fita VHS alugada numa tarde qualquer para mudar completamente a nossa história pessoal.

A ambição pernambucana: Adelaide Ivánova, Kleber Mendonça Filho e Chico Science

A ambição pernambucana: Adelaide Ivánova, Kleber Mendonça Filho e Chico Science

Há algo muito diferente na cultura contemporânea de Pernambuco. Já faz tempo que a turma de lá gira em outra rotação — vários passos à frente do restante do país. É de lá que sai o melhor cinema (Kleber Mendonça Filho, Gabriel Mascaro, Marcelo Gomes, Cláudio Assis). O meteoro João Gomes renova a sonoridade do forró, a música de vaqueiro, e se aproxima do rock nacional e da MPB. Ele resgata o espírito de Chico Science, que viu a potência de desorganizar e reorganizar a cultura.

Morre Régis Bonvicino, um dos maiores poetas brasileiros contemporâneos, aos 70 anos

Morre Régis Bonvicino, um dos maiores poetas brasileiros contemporâneos, aos 70 anos

A literatura brasileira perdeu um de seus nomes mais originais e inventivos. Régis Bonvicino, poeta pós-concreto e magistrado aposentado, morreu aos 70 anos após sofrer uma queda em Roma. Dono de uma obra marcada pela inovação e profundo diálogo com autores como Drummond, João Cabral e os concretistas, Bonvicino traduziu brilhantemente poetas como Oliverio Girondo e Jules Laforgue. Autor inquieto e crítico refinado, ele buscou em Roma inspiração na obra de cineastas como Rosselini e Pasolini. Com sua morte, fica uma produção poética sólida, em constante reinvenção, à espera do reconhecimento pleno por sua originalidade e lucidez criativa.