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Caetano em Londres

Caetano em Londres

Há uma peça de teatro a ser escrita e encenada sobre o período em que Caetano Veloso viveu exilado na Inglaterra. Pode-se imaginar um monólogo: um ator sozinho no palco, contando e cantando trechos das memórias do compositor, entrecortados por fragmentos de canções daqueles tempos. Seria uma peça sobre deslocamento, mas também sobre reinvenção de um artista.

Aurélio Buarque de Holanda: o brasileiro que fez das palavras um país

Aurélio Buarque de Holanda: o brasileiro que fez das palavras um país

Por vezes — ou, talvez, na maioria delas —, sentimos a imperiosa necessidade de definir significado às coisas. Num primeiro instante, diante desse “algo” que se revela aos olhos, não nos escasseiam palavras para descrevê-lo. É quase um gesto involuntário, pois o idioma se oferece como ferramenta imediata. No entanto, para que isso fosse possível, foi preciso, outrora, que existisse alguém dotado da genialidade e da perspicácia de compreender que, uma vez descoberta a palavra, caberia ao homem o trabalho de decifrá-la.

Intimidade, virtuosismo e silêncio: o ritual musical de Mônica Salmaso dedicado a Tom Jobim

Intimidade, virtuosismo e silêncio: o ritual musical de Mônica Salmaso dedicado a Tom Jobim

No intimista Porão da Casa de Francisca, em pleno centro de São Paulo, Mônica Salmaso apresentou um espetáculo dedicado à obra monumental de Tom Jobim. Acompanhada por Teco Cardoso e João Camarero, a cantora revelou uma interpretação de rara delicadeza, precisão técnica e profundidade emocional. Em arranjos minimalistas, mas de grande elegância, o trio transformou o espaço em uma espécie de sala de estar sonora, permitindo que cada nuance das canções emergisse com clareza e beleza arrebatadoras.

Vendido pelo próprio pai. Libertou mais de 500 pessoas. E o Brasil tentou apagá-lo da memória

Vendido pelo próprio pai. Libertou mais de 500 pessoas. E o Brasil tentou apagá-lo da memória

Na corte do Império brasileiro, um ex-escravizado negro ergueu papéis gastos e confrontou a toga e o sórdido silêncio da lei. Luís Gonzaga Pinto da Gama, filho de mãe liberta, vendido ilegalmente e alfabetizado tarde, tornou-se advogado autodidata e genial jornalista. Atravessou o sistema escravista com a lei na mão, libertou mais de quinhentos cativos, tornou-se símbolo de resistência. Hoje, sua voz ainda ecoa: o Brasil que imaginamos precisa reconhecer os heróis que a história oficial quis ocultar.