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O gênio esquecido que o Brasil está redescobrindo: Álvaro do Carvalhal, o mestre do grotesco luso-brasileiro

O gênio esquecido que o Brasil está redescobrindo: Álvaro do Carvalhal, o mestre do grotesco luso-brasileiro

Praticamente esquecido do público leitor brasileiro, Álvaro do Carvalhal retorna em edição crítica e anotada que recoloca em cena um escritor que desafiou regras, misturou o grotesco e o gótico e expôs, com intensidade, uma atmosfera de decadência moral por meio de personagens consumidos pelo desejo e pelo medo. Forjado no ambiente intelectual de Coimbra e atento às mudanças culturais de seu tempo, ele renovou debates estéticos e literários ao combinar rigor formal e experimentação — uma trajetória agora iluminada por nova preparação editorial.

Campos de Carvalho: o homem que riu por último. O escritor que ensinou o delírio a pensar

Campos de Carvalho: o homem que riu por último. O escritor que ensinou o delírio a pensar

Entre o ofício diário e a desobediência da palavra existe um intervalo fértil, região de autores que preferem a fresta ao alarde. No Brasil do século 20, com modernização rápida, censuras e entusiasmos, uma voz escolheu ironia seca e absurdo rigoroso para desmanchar certezas respeitadas. A leitura provoca riso inquieto; a imaginação recusa arranjos fáceis e exige atenção. No centro desse gesto está um autor de obra breve e resistente, mantida por debates críticos, reedições e descobertas tardias, sempre à margem de modismos e pressões de ocasião.

10 canções fundamentais de Lô Borges: com certeza, isso quer dizer amor

10 canções fundamentais de Lô Borges: com certeza, isso quer dizer amor

Perdemos Lô Borges, um dos principais fundadores e mentores do movimento musical Clube da Esquina, em BH, no final dos anos 1960. Muito se tem falado e escrito a respeito Lô Borges, desde o lamentável anúncio da sua morte. Homenagens justas. Demonstrações de saudade. Reconhecimento. E a desagradável certeza de que os nossos ídolos estão sucumbindo ao apetite voraz do tempo que não poupa gênios e medíocres. Já que morreremos todos um dia, melhor ficar na companhia dos gênios.

Cinquenta anos depois, o Clube da Esquina ganha luto e eternidade com a morte de Lô Borges

Cinquenta anos depois, o Clube da Esquina ganha luto e eternidade com a morte de Lô Borges

Em Belo Horizonte, 1963, um violão na escadaria e uma cozinha acesa inventaram mais que um disco, inventaram uma linguagem. De encontros casuais nasceu Clube da Esquina, coletivo que Minas emprestou ao mundo. Cinquenta e três anos depois, a utopia sonora ainda reverbera, agora à sombra da morte de Lô Borges. Entre memória e luto, revisitamos gênese, gravação, a capa de Cafi e o legado de um país paralelo que a música alcançou antes da forma. Plena, persistente, necessária. Aqui.

O trem não parou. Lô Borges partiu. Belo Horizonte ainda canta baixinho na janela

O trem não parou. Lô Borges partiu. Belo Horizonte ainda canta baixinho na janela

Mineiro de Belo Horizonte, Lô Borges atravessou seis décadas de criação entre a esquina doméstica e a invenção coletiva de “Clube da Esquina”. Autor de melodias que ensinaram o país a escutar miúdo, lançou “Lô Borges” em 1972 e, nos últimos anos, voltou com inéditas em série. Internado em outubro, morreu no domingo, 2 de novembro de 2025, aos 73, com confirmação na manhã seguinte. Este perfil segue seus rastros: casas, vozes, discos e datas, onde a delicadeza resiste inteira.