Carpe diem

Carta a Emiliana

Carta a Emiliana

Não sei, Emiliana, que mundo será o seu; sei, contudo, que parte dele virá da história de vida de seus pais, e essa história é também a minha. Como dirão a você um dia, eu e eles viemos ao mundo em momentos próximos e acabamos fazendo juntos o percurso das nossas trajetórias, e esta nossa trajetória compartilhada — também dirão a você — se chama “amizade”.

Are you ready to fly, mistah Pressssley?

Are you ready to fly, mistah Pressssley?

Viram o filme sobre o caipirão de Tupelo, Mississippi, chamado Elvis Aaron Presley e que ganhou na loteria genética ao vir ao mundo com aquela voz e estampa? Não? Pois corram ao cinema mais próximo. Meu tema aqui não é a técnica do filme, claro, pois disso eu pouco entendo; a história é que é fascinante, aquele jogo cósmico de dados, digamos assim, que aproximou pessoas como Elvis, Colonel Tom Parker, Rosetta Tharpe, B.B. King e outras do mesmo naipe, “larger than life”, num momento histórico coincidente.

Ahí estábamos, por irnos y no

Ahí estábamos, por irnos y no

Em 1956, no mesmo ano do lançamento de “Grande Sertão: Veredas”, o argentino Antonio Di Benedetto publicou “Zama”. É o “romance da espera”: na colonial Assunção, Diego de Zama aguarda sua promoção para Buenos Aires durante dez anos. Nada acontece, então, e tudo também acontece, a desintegração dele, de sua vida, os pequenos nadas cotidianos se tornando a sua própria existência. No fundo, todos esperamos; no fundo, a letargia vai nos matando.

Lendo na guerra

Lendo na guerra

Escrevi em algum lugar que funciono como aqueles soldadinhos de brinquedo em que é necessário dar corda para que eles saiam por aí fazendo as suas soldadices. Em matéria de leitura, por exemplo, a corda óbvia dos últimos dias me levou a ler o que me veio às mãos sobre a Rússia e a Ucrânia; assim, o livro de Robert Massie sobre Pedro, o Grande era o nº 1.347 da minha lista e saltou para o primeiro lugar, com honras.