30 anos antes de García Márquez, uma mulher lançou as bases do realismo mágico. A história aplaudiu apenas ele
Nascida em Viña del Mar, educada entre Chile e França, María Luisa Bombal encontrou em Buenos Aires a faixa de luz que afinou sua voz. No circuito de Victoria Ocampo, fez do íntimo uma arquitetura e do insólito, vizinho. Em 1941, o episódio do Hotel Crillón a empurrou para o rumor; depois, viveu entre Estados Unidos e Chile, circulou em inglês, interessou Hollywood e ficou anos fora da vitrine. Hoje, reedições, estudos e traduções recolocam sua obra no centro: a paciência de quem mudou a gravidade sem levantar a voz.