Por que ainda estamos colorindo livros em 2025?

Por que ainda estamos colorindo livros em 2025?

Em 2025, os livros de colorir ocupam prateleiras de produtos sérios. São vendidos como autocuidado, como forma de presença, como remédio para ansiedade. Estão ao lado de velas aromáticas e diários de gratidão. Tornaram-se parte de um vocabulário emocional padronizado, em que relaxar significa manter-se produtivo de uma forma silenciosa e, de preferência, fotogênica. Colorir virou uma prática legitimada. Mas também uma prática sintomática.

Encontro com Régis: entre o flamenco e novas utopias

Encontro com Régis: entre o flamenco e novas utopias

“A nova utopia é uma borboleta negra, desatenta, com olhos exuberantes.” Assim abre Régis Bonvicino a primeira das quatorze partes de “A Nova Utopia”, poema que dá nome ao livro que culminou na derradeira publicação que comporia a sua obra. Tive a oportunidade de receber o livro em mãos, presenteado pelo próprio Régis, quando nos encontramos na Espanha em finais de 2023. E tornou-se, desde então, um daqueles volumes que retornam à mesa de cabeceira, com reaberturas noturnas e leituras fragmentadas.

5 filmes estranhos para gente esquisita na Netflix Divulgação / A24

5 filmes estranhos para gente esquisita na Netflix

Filmes dificilmente são consenso. Cada pessoa tem um gosto, uma simpatia, um desejo por algo que depende até mesmo do humor do dia, do nível de estresse, se está apaixonada ou não. Mas, se tem um tipo de filme que gente excêntrica gosta, e isso não depende da vibe do dia, é o tal do filme bizarro. Alguns parecem ter sido arrancados de caixinhas-surpresa de terror, tipo aquelas que a gente abre e sai um palhaço maluco e macabro de dentro, de repente. Você não sabe exatamente o que esperar, e é essa a diversão. Quanto mais esquisito, surpreendente e, às vezes, nonsense: melhor!

3 séries da Netflix que farão você não querer sair de casa esta semana Ricardo Hubss / Netflix

3 séries da Netflix que farão você não querer sair de casa esta semana

Na vastidão da experiência humana, pairam a brutalidade da morte, a fraqueza do corpo, a resistência da alma, os desejos, uma identidade em permanente conflito e a culpa, tudo remexido pelas mãos impiedosas da natureza. Nas três séries que recomendamos, fica evidente a inclinação ao animalesco que tem a nossa espécie, tentando dominar sua cólera. Até que a lei da selva impõe-se.

Ler para esquecer a fome: histórias de leitores em vulnerabilidade extrema

Ler para esquecer a fome: histórias de leitores em vulnerabilidade extrema

Na borda esquecida do Distrito Federal, onde o concreto esfarela e a fome não pede licença, um grupo de adolescentes encontra refúgio onde ninguém procuraria: nas páginas. Entre muros rachados e ruas sem nome, eles se reúnem para ler como quem respira de novo. Livros usados, palavras emprestadas, pedaços de histórias que servem de abrigo. O mundo ali não melhora, mas por algumas horas, dói menos. Leem para escapar. Leem para lembrar que são. Leem como quem segura um fio invisível no meio do apagão.