László Krasznahorkai, o homem que escreveu o fim do mundo em câmera lenta

László Krasznahorkai, o homem que escreveu o fim do mundo em câmera lenta

Uma aldeia desfeita pela própria fadiga, um mapa de valas e galpões vazios, rostos que esperam junto à porta sem relógio. O rumor de um retorno corre de mesa em mesa, cresce no copo e no canto do olho. Ninguém garante nada, mas o chão escurece, a água puxa o cascalho, e a esperança encontra abrigo em vozes que se repetem. “Sátántangó” observa essa espera com paciência clínica: a frase avança poucos metros, recua um passo e insiste, e o ar frio da vila entra no leitor.

Para fãs de Agatha Christie: Keira Knightley e Guy Pearce no filme de mistério mais aguardado da Netflix em 2025 Parisa Taghizadeh / Netflix

Para fãs de Agatha Christie: Keira Knightley e Guy Pearce no filme de mistério mais aguardado da Netflix em 2025

“A Mulher na Cabine 10” reúne algumas das ideias do universo hitchcockiano, apostando as fichas mais valiosas numa personagem obscura, cujo passado volta-se contra ela. Junto com os corroteiristas Joe Shrapnel e Anna Waterhouse, Simon Stone adapta o best-seller da romancista britânica Ruth Ware, de 2016, mantendo a aura de isolamento e paranoia que tornam-se mais evidentes na tela.

Destaque no Festival de Veneza, romance que lembra “Aftersun” está no Mubi Divulgação / Nobo

Destaque no Festival de Veneza, romance que lembra “Aftersun” está no Mubi

Lançado no Festival de Veneza em 2024, “Super Happy Forever” é um anti-romance de Kohei Igarashi, que coescreveu o roteiro ao lado de Koichi Kubodera. Coprodução entre Japão e França, o roteiro se assemelha a art films europeus, com uma grande quantidade de cenas estáticas e contemplativas e diálogos econômicos, em que mais se subentende do que se revela na história. O enredo explora o luto, a memória e a casualidade, com ecos de “Aftersun” e “Antes do Amanhecer”.

Sequência de terror na HBO Max que vai te matar de… tédio Miya Mizuno / Sony Pictures

Sequência de terror na HBO Max que vai te matar de… tédio

Poucos filmes começam tão bem e terminam tão perdidos quanto “Extermínio: A Evolução”. O primeiro ato é uma paulada: a câmera nervosa, os planos sujos, aquele caos suado e instintivo que a gente reconhece de longe. Há uma brutalidade elegante ali, uma sensação de que o mundo acabou, mas a direção ainda tem algo a dizer sobre o que resta. O cenário é devastador, a tensão é palpável, e os infectados voltam a ser o que deveriam ser desde o início: o espelho distorcido da nossa própria raiva.